15/08/2013

A sua felicidade

Alguém disse que sonhos são como deuses: se você deixa de acreditar, eles deixam de existir. E que sonhos são urgentes, tornam as pessoas condutores de suas vidas e não meros passageiros. Nada disso faria sentido se eu realmente não acreditasse que somos movidos pelos nossos objetivos pessoais e, mesmo que a princípio pareça uma ideia egoísta, que não podemos abrir mão da vida que projetamos esperando que outras pessoas sempre aprovem nossas escolhas. Uma enfermeira australiana retratou em seu livro as cinco lamentações mais comuns feitas pelas pessoas em seu leito de morte, momento que arrepender-se não seria suficiente para corrigir toda uma postura diante da vida.
 
Grande parte das pessoas disse que se arrependia de não ter vivido uma vida fiel a si mesmas, sempre ditada pelas vontades ou opiniões alheias, ferindo os princípios da individualidade, do direito à personalidade e do libre arbítrio. Presas às convenções ou aos critérios morais às vezes questionáveis, quantas pessoas não deixam de ser quem realmente são para simplesmente agradar ao outro, ou para serem convenientes, ou para se sentirem mais adequadas ao meio em que estão inseridas? Acorrentadas, quantas pessoas não deixaram sua felicidade recolhida à aparência?
 
Outro arrependimento comum é não ter se permitido ser mais feliz, o que na minha opinião está totalmente ligado à outra lamentação já comentada. Você não se permite se divertir porque tem que se preocupar, porque tem que ser mais sério, porque tem que ser responsável, porque deve agir daquela maneira, etc. Você não precisa ser um inconsequente, claro, mas se permitir à felicidade é uma questão de saúde pública, a meu ver. Todo o estresse e os índices de depressão que crescem ao nosso redor refletem uma insatisfação geral porque as pessoas sequer sabem o que as faz mais felizes. Faltam sonhos, falta perspectiva, falta esperança.
 
Outras três lamentações muito citadas: ter trabalhado tanto (pouco tempo pra ser mais feliz?), não ter mantido contato com os amigos (não ter mantido contato com quem te faz mais feliz?) e não ter coragem de expressar seus sentimentos (ser mais você para ser mais feliz?). A questão é: por que a gente se perde tanto quando o óbvio está estampado no espelho? A felicidade é responsabilidade de cada um. Mais do que isso: é um diferencial para se manter uma espécie saudável e perene. Gente feliz vive mais, trabalha melhor, se reproduz (filhos mais felizes?), não prejudica o próximo.
 
E só dá pra ser feliz se você sonhar, se mover pra conquistar o que deseja a cada segundo. E a cada sonho concretizado, ter uma fila de outros desejos engatilhados, pra se motivar, pra se programar, pra não desistir enquanto ainda tiver planos. A curto ou longo prazo, sonhos que te modifiquem, que te transformem, que te façam enxergar o mundo e a vida com outros olhos. Pois a vida é finita e não dá pra achar que você vai poder repetir de ano. 

 

 

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