21/05/2010

Idéias e Ideais

Nos últimos dias encontrei gente de todo tipo. Adoro gente, especialmente gente diferente, que não sai da caixinha de sabão em pó sempre azul e que não vem com rótulos ou etiquetas da marca da estação. De cineastas a fotógrafos, de órfãos a apaixonados, de dramáticos e malucos, de librianos a capricornianos, de iludidos a idealistas. Gente é um bicho complicado, mas não posso negar como me encanto com as possibilidades que se abrem quando penso em quantas pessoas estão, estiveram ou estarão ainda no mesmo mundo que eu.

Gente de verdade, com vontade. E isso é muito bom... Sair do comum, fugir da regrinha de mercado, ultrapassar currículos e conversas à distância, esquecer do perfil do Facebook ou dos álbuns camuflados do Orkut. Quem não os tem? São 23:08, o meu horário maldito, quando sempre me rondam idéias soltas, como um carma. Ou darma? (Carma e Darma, respectivamente, a causa e o propósito dos eventos). Passo tanto tempo nos meus meios típicos (sejam presenciais ou virtuais), que às vezes me esqueço de como é bom me enveredar na multidão.

Quem diria que em Moeda eu iria trombar com gente que nunca tinha visto e com quem em uma semana tomaria tamanha intimidade? Quanta coisa em comum ainda não temos com aqueles que nem conhecemos? Quantas idéias e ideais não compartilhamos nestes campos mórficos de Sheldrake soltos por aí? Quem não te conhece, que te compre, mas que não se assuste de encontrar em ti tamanha semelhança que te enjoe. Ou tamanha diferença que te assuste!


Em Moeda, uma estação de trem perdida no tempo, movida somente pelo peso do minério capitalista. Ao lado, a vida segue, mesmo na neblina. Cenário de uma outra realidade, que não é minha, mas que por instantes fez parte do meu dia. Afinal, desde quando eu sou realmente tão lunática com fotografia que ganhei titulação de “garota making of”? Claro, mais uma vez carma e darma. Estava ali porque alguém me levou, porque ali eu deveria estar para que o propósito das relações humanas se confirmasse. E amigo não é isso?

Se no dia anterior eu observava uma sapucaia de 300 anos, o que faziam as pessoas que há 300 anos ali estavam? Como eu me ligo a quem jamais vi, a quem jamais conhecerei, mas com quem compartilho lembranças de um mesmo lugar? Se o barão ou os seus escravos percebiam a sapucaia em sua plenitude, jamais saberei. Pois nem o dono de um mesmo olhar sempre verá a mesma cena. Somos aquele instante mínimo, limitado por quem nos cerca, por aquilo que nos movimenta e pelos sentimentos que nos moldam.

Se dois dias adiante eu estava no cinema, pergunto-me quantos olhos como os meus assistiram às mesmas cenas e quanto infinitos pensamentos não se pulverizaram? E quantos não quiserem ser Robin Hood e Lady Marion, num amor repentino e permanente? Quando temos a oportunidade de compartilhar a mesma fonte de motivação com os amigos, provamos o quanto somos iguais e diferentes simultaneamente, porém complementares em nossas inquietudes.

Se ontem eu estava com novos conhecidos, praticamente ainda misteriosos, nada me impede de hoje me refugiar naquele lugar que me conhece, naquelas pessoas que me decoraram em braile. A aventura está no ir e vir, em libertar-se de velhas amarras e fardos, especialmente aqueles que não são meus. Carregar o fardo alheio é ocupar o espaço de suas novas idéias e ideais. Não ligo se você já tocou numa banda de rock, se entende mais do budismo do que eu. Não ligo se você é gremista, se jogou basquete ou se tem um jeito sério de ser. Não ligo se você é tão bom que me assusta. Ligo pro simples fato de saber que ninguém é igual, mas especialmente pro fato de que todos nós temos ao menos uma pontinha de semelhança. Assim sei que não estou sozinha.

Contexto: Filmagem do Clipe da Banda Paz-me ("Aqui não cai não") sobre uma amizade inabalável em Moeda e Belo Vale (Fazenda Boa Esperança, nome sugestivo). Encontro com os amigos ao longo da semana e todos os meus enredos narrados por e-mail aos mais presentes na minha rotina maluca.

14/05/2010

Amores Líquidos


Fui amada liquidamente. Quem já não foi? Mas eu não sou de amores líquidos. Não sou simplesmente uma “colecionadora” de experiências, pois amadureço meus sentimentos e planos, apesar de conseguir separar tudo isso de vivências frívolas que eventualmente preenchem meu tempo. Sou de amores quase eternos, que muitas vezes se convertem da paixão à amizade ou do ódio à compaixão. Só não consigo sentir nada - sempre me posiciono em relação às pessoas com quem convivo. Me ame ou me odeie, mas não me ignore.

Hoje ouvi que a geração dos anos 80 em diante sofre desse mal: dos amores líquidos. Eu diria que isso começou em 1979, mas soaria uma perseguição pessoal com este ano (e de fato é). Mas decidi experimentar a carapuça e aprofundar minha opinião sobre este assunto. E quando procurei no Google do que se tratava a “Geração Y”, também mencionada no evento do qual participei, encontrei a seguinte definição:

“A Geração Y, também referida como Geração Millennials ou Geração da Internet é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, à coorte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década de 1990, sendo sucedida pela Geração Z. Esta geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. Os seus pais, não querendo repetir o abandono das gerações anteriores, encheram-os de presentes, atenções e atividades, fomentando a sua auto-estima. Cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades, fazendo tarefas múltiplas. Acostumados a conseguirem o que querem, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e lutam por salários ambiciosos desde cedo. Enquanto grupo crescente, tem se tornado o público-alvo do consumo de novos serviços e na difusão de novas tecnologias. As empresas desses segmentos visam atender esta nova geração de consumidores que se constitui um público exigente e ávido por inovações. Preocupados com o meio ambiente e causas sociais, essa nova geração tem um ponto de vista diferente das gerações anteriores que viveram épocas de guerras e desemprego, com o mundo praticamente estável e mais comodo a liberdade de expressão, esses jovens conseguiram se preocupar com valores esquecidos como vida pessoal, bem-estar e enriquecimento pessoal.”

Como estes dois conceitos se ligam é algo que pode mudar sua percepção de si mesmo, para o bem ou para o mal. Afinal, até profissionalmente muitos vivem hoje “amores líquidos”. Caso se interessem pela polêmica envolvida, acessem: http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio.asp?codigo=123. O sociólogo polonês Zigmunt Bauman define esse "mal" que ronda as últimas gerações e uma “neura social” cujo fim não se pode prever. Citando um trecho da autora Gioconda Bordon, “a noção de liquidez, quando se refere às relações humanas, tem um sentido inverso ao empregado nas relações bancárias, a disponibilidade de recursos financeiros. A liquidez de quem tem uma conta polpuda no banco, acessível a partir de um comando eletrônico é capaz de tornar qualquer desejo uma realidade concreta. É um atributo potencializador. O amor líquido, ao contrário, é a sensação de bolsos vazios.” Essa liquidez, decorrente de um contexto social e tecnológico que revolucionou nossos relacionamentos, também invadiu nossas escolhas profissionais nos últimos anos. Entretanto, descobri que realmente sou fiel e que não perdi a coragem de recuar, pois voltei ao emprego com o qual eu realmente me identificava e onde ainda estou.

Amar liquidamente pode ser apenas mais um modelo de solidão imposto pelos nossos tempos modernos. Entretanto, volto aos questionamentos que cada um precisa responder para saber qual é a melhor estratégia de vida no seu caso: Antes só do que mal acompanhado? Não se prenda a uma empresa que não se prende a você? Arriscar pode trazer uma opção melhor? É melhor um “contentar-se descontente”? A única resposta plausível é que não existe fórmula mágica.

Você pode aprender a amar liquidamente para se decepcionar menos com as pessoas, especialmente enquanto ainda estiver dolorido. Você pode amar liquidamente para se arriscar profissionalmente, caso ainda não tenha se encontrado no mercado de trabalho. Entretanto, você não pode amar liquidamente sua família, seus amigos, seus planos de vida. Não se perca na tentação de viver em círculos vazios que não te trazem pressão, pois a qualquer momento, você vai precisar de um porto seguro.

Eu sei que meus amigos vão esbravejar por mais uma postagem gigantesca, mas não resisto aos links possíveis a este tema. O livro “Amores Risíveis”, uma das obras de Milan Kundera. Lembro-me deste livro na estante da casa da minha mãe, empoeirado e proibido para a minha cabeça ainda infantil. Quando consultamos a simbologia desta obra, encontramos uma definição que consolida esse tema: “O risível é a necessidade humana pela farsa, pela simulação, pela representação teatral e a incapacidade de experimentar sentimentos verdadeiros. Através da incapacidade de comunhão dos personagens, Kundera parece querer desvelar para o leitor a absoluta falta de sentido da vida sob essas condições. É a velha temática da solidão humana, sua impossibilidade de transposição dos limites da subjetividade.”

Não sou de amores líquidos. Acredito nas relações humanas, apesar de compreender claramente as possíveis falhas às quais todos estamos sujeitos. Não acredito em pessoas perfeitas, em sentimentos sempre infalíveis, mas ainda assim tenho absoluta certeza de que não somos nada sem o próximo. O próximo nos define emocionalmente, territorialmente e especialmente como “gente de carne e osso”. Afinal, nossos sentimentos são respostas, reflexos ou impulsos que adotamos diante daquilo que o próximo causa em nossos nervos, neurônios e corações. Doar-se (sem perder a singularidade) quando valer a pena é um ato de coragem, uma escolha com riscos, mas ainda é a melhor forma de encontrar-se no seu destino.

(Depois da enxaqueca, a insônia...)

06/05/2010

Sexting e Tabu

Você ainda acredita que só existe este mundo visível aos olhos? Seus relacionamentos ainda são totalmente convencionais? O que você já viveu algum relacionamento fora do plano corpo a corpo, além daquilo que realmente pode tocar? Já descobriu um mundo paralelo que a Internet possibilitou nos últimos anos? Já se apaixonou por alguém com quem apenas teclou ou já sentiu atração por alguém que nunca viu de perto? Ou apenas pula do real para o virtual para criar coragens que não são suas?

O termo em inglês para a parte "pesada" deste jogo é “sexting”. Segundo a wikipédia... “Sexting (contração de sex e texting) refere-se a divulgação de conteúdos eróticos e sensuais através de celulares. Iniciou-se através das mensagens de natureza sexual e com o avanço tecnológico tem-se aumentado o envio de fotografias e vídeo, aos quais aplica-se o mesmo termo, mesmo que texting se refira originalmente em inglês mensagens enviadas como texto. É uma prática cada vez mais comum entre jovens. O termo sexting pode ser etendido também pelo envio e divulgação de conteúdos eróticos, sensuais e sexuais com imagens pessoais pela internet utilizando-se de qualquer meio eletrônico, como câmeras fotográficas digitais, webcams e smartphones.”

Esta mudança preocupa quando pensamos em pornografia infantil e desrespeito em diferentes níveis, especialmente quanto à privacidade. Uma boa legislação para crimes virtuais deve tomar conta deste problema. Mas o lado “bom” desta história será um tabu constante para grande parte das pessoas, especialmente para gerações que entendem essa prática como um abuso moral. Entretanto, estou aqui para apresentar alguns de meus argumentos positivos sobre esta prática, desde que a mesma seja “controlada” e não alcance idades incapazes de discernir o certo do errado.

Revolução. Os relacionamentos virtuais são cada vez mais comuns em nossos tempos. Se você pensa que seu namorado (a) nunca entra no MSN, Skype, etc, ou que ele nem sequer conversa com outras pessoas pela Internet, você está se enganando. Você nem precisa da senha do e-mail dele (a) – garanto que algum tipo de relacionamento é mantido através das conexões virtuais. E isso não significa que a pessoa não goste de você, nem que esteja de fato traindo você. É só mais um dos nossos mecanismos de “manter o gado no pasto”, ou seja, de sabermos que ainda temos controle sobre as pessoas com que já nos relacionamos ou com quem talvez nos relacionaríamos. É um hábito narcisista, também fácil de entender quando pensamos em nossas fraquezas como ser humano. Afinal, como é bom ser querido até por quem não amamos mais ou por quem nem sequer conhecemos profundamente! Egocêntricos!

Sexualidade. Todos nós alimentamos inúmeros medos sobre quem somos - sexualmente falando. Não falo de suas opções sexuais, mas sim de realmente sabermos se somos capazes de dar e receber prazer sem medos e punições. As gueixas japonesas eram e são treinadas para conhecer as técnicas de dominação do homem, exatamente porque conhecem o prazer em seu termo mais amplo: não apenas o prazer sexual, mas o prazer que atinge a todos os sentidos humanos e espirituais. Será então que não falta aos nossos conhecimentos ocidentais uma ponta de sabedoria sobre o prazer? Será que não somos completamente imbecis diante de nossas necessidades sexuais, barrados moral e sociologicamente? Será que não nos punimos conscientemente por assumirmos nossa carência quase orgânica? Somos de carne e osso.

Segurança. O mundo virtual tem suas fragilidades, mas falo da segurança do ego. Você pode criar uma segunda personalidade, pode extrapolar seus medos e superá-los para aliviar as pressões sofridas (por dentro e por fora). Claro, sem exageros. Não esqueça de si mesmo, não fuja da realidade. Apenas desenvolva sua segurança, mostre-se auto confiante. Não significa necessariamente que algum dia você vai sair do virtual para o real, mas sim que você mentalmente tem completa capacidade de conquistar e ser conquistado. Esse exercício pode te treinar e dar coragem para uma oportunidade real, quando esta surgir. Não se apresse, nem sempre sair do virtual é a melhor opção. Aliás, em estatísticas não-oficiais, 70% dos casos que nascem na Internet e se concretizam no mundo concreto são um fracasso. Às vezes o sexo é uma prática mental, mude seus conceitos. Aprenda a se divertir com sua inteligência, com seu poder de conquista, com sua imaginação.

Extravasar... Existem pesquisas que indicam que as taxas de crime estão opostamente vinculadas às taxas de acesso a conteúdos pornográficos. Não se trata de um “achismo”, mas sim de uma pesquisa sociológica com objetivo de entender as relações humanas e o sexo como forma de exaltar raivas, violência e até mesmo controlar “gente do mal”. Outras culturas já permitiram certas doses de “pornografia” em nome de uma suposta “paz comunitária”. No fundo, isso diz respeito à natureza animalesca do ser humano: todos nós temos uma pontinha de perversão, uma pontinha de luxúria, uma pontinha de vontade de perder a cabeça e arriscar por um prazer incontrolável. Melhor fazer isso sem riscos de doenças, traição, imoralidade. Uma espiadinha num conteúdo impróprio para menores, um fetiche com alguém por quem sente atração, nada disso é crime e muito menos recriminável. Esconder seus desejos pode ser um veneno muito perigoso. Não negue que você também pensa bobagens!

Claro que essa postagem pode causar diferentes repercussões, mas prefiro arriscar e colocar este tema em debate. Claro, sempre tome muito cuidado para não se expor, para não cair nas mãos de gente em quem não confia e não conhece. Não é pra sair espalhando suas fotos sem roupas, muito menos ser gravada (o) em momentos íntimos que não devem ser divulgados. Não seja ingênuo – é a regra fundamental! Mas não deixe de aproveitar algumas vantagens que o mundo virtual possibilita para conhecer a si mesmo, para desenvolver sua timidez ou coragem, para minimizar sua solidão cotidiana enquanto espera a série predileta na TV. Talvez você descubra que tem gente muito mais humana ao teclar durante a madrugada do que muitos robôs com os quais convive diariamente e presencialmente. Não se culpe por ter mais vida no Second Life, Orkut, Facebook ou no seu blog.

Você não se transformará numa pessoa pervertida apenas por curtir o outro lado da tela do seu computador. Você será apenas mais entre muitos que já possuem vidas paralelas, uma vez que o distanciamento no mundo concreto é cada vez mais assustador. Acredite, as relações humanas mudaram, você não é um maluco solto na banda larga. A propósito, hoje estão reprisando o episódio de House sobre a blogueira que posta tudo sobre sua vida na Internet. O que seria de mim sem meu blog, sem meu profile nas comunidades virtuais, sem meu diário de papel que ainda existe e persiste?


Série House / Universal Channel

03/05/2010

Desabafos de Herética


“Sgroft não me entende. Ele esquece minhas necessidades, esquece que eu gosto que me toque, esquece que sou atraente, esquece.” Em dias de lua minguante. “Sgroft não vê, mas tem quem veja. Sexo, ora, não custa nada. Ou você vem comigo ou vou sozinha. Sou uma águia. Não pense que você é o único no mundo, seu idiota.” Em dias de lua crescente. “Sgroft, as condições são simples. Basta você entender que ao entrar nessa jogada, você também investe 50%. O retorno é garantido, claro, desde que você sigla as cláusulas do parágrafo cinco, linha 7. Orgasmos serão constantes neste relacionamento.” Em dias de lua cheia. “Sgroft, quem era aquela do parque, como você pode fazer isso? Sgroft, eu também quero prazer. Você não me entende!!!! Sgroft, Sgroft, você está me ouvindo?” Em dias de lua decrescente.

Nenhuma destas frases é de fato parte de algum dos muitos diálogos e monólogos de Herética na peça que assisti ontem, indicação de um ente querido que sabe exatamente o que mexe ou não com minhas idéias. Se meu Tio Cotonho entendeu a profundidade daquele papo em minhas atuais circunstâncias, eu não sei. Aliás, efeito este que vem desde a semana passada, quando assisti “Simplesmente Complicado”. Hoje sou Herética, mas amanhã espero não ser.

Porque a vida é assim mesmo, simplesmente complicada. Relacionamentos humanos, especialmente os amorosos, são ainda mais esquisitos por natureza. Cada um fala uma língua, cada um vê o mundo do seu jeito, com olhos que mais parecem caolhos. Mesmo que fossem vesgos, quem disse que enxergar tudo com um único foco é de fato a solução? Já dizia o ditado: "Em terra de cego, quem tem um olho é rei". A verdade é que para essa doença chamada solidão, não há remédio, nem mesmo o amor. Porque solidão é sentir-se sozinho na multidão, como algum poeta já deve ter dito, e pior: é sentir-se sozinho consigo mesmo.

Herética, moderna, auto-suficiente, resolvida. Ainda assim precisa subir na cadeira, precisa se impor, anda pelas paredes quando se desespera, falar sozinha pra não pirar. Mulher é tudo igual, não adianta esconder. Temos várias coisinhas “diferentizinhas”, mas no fundo, ohhhh bicho difícil! Todas querem que tudo seja do seu jeito, não importa. Todas querem falar, pensar, entender, aproveitar, gozar só quando o sexo transcender o corpo. Quanta complicação! Eis a lição: simplifique.

Sgroft, macho dominante, exibido, simplista, quase despreocupado. Mas no fundo importa mais conquistar do que manter-se conquistado. Sem amarras, sem regras, satisfazendo-se com a vida superficial, com miudezas masculinas que pouco fazem diferença no final. Todos os homens são assim, não adianta fugir da natureza. Ohhh bicho difícil! Se é fácil, enjoa. Se é estável, é chato. Se é novo, encanta. Mas tudo é efêmero. Quanta ausência! Eis a lição: compareça.

Das relações humanas, sobra pouco. Se ainda vale a pena arriscar, isso é uma decisão sua. Viver na superficialidade pode ser um excelente caminho enquanto você é jovem, enquanto você ainda é carne fresca no mercado. Mas uma hora a fonte seca. Você resseca. E se for tarde demais para dar valor aos seus relacionamentos, notará que o tempo não volta e que suas chances não estão penduradas em cabides. Você não pode pegar a oportunidade de volta quando a vontade bater. Pois por mais que a vida seja sua, o mundo não o é. Muito menos o sentimento que o próximo lhe oferta.




O espetáculo “SGROFT, HERÉTICA OU NINGUÉM” da Carabina Filmes
Temporada no Teatro Marília, de 15de abril à 09 de maio,

A Carabina Filmes apresenta o espetáculo “SGROFT, HERÉTICA OU NINGUÉM”. Escrita e dirigida por Carlos Canela, a peça mescla teatro e cinema. Um homem e uma mulher se encontram para efetivar um negócio, e mergulham, através do trivial, do aparentemente filosófico e da metalinguagem, no mundo da superficialidade das relações humanas, do distanciamento entre as pessoas e do vazio resultante disso.

Classificação etária: 16 anos

Ficha Técnica e Artística:
DRAMATURGIA E DIREÇÃO: Carlos Canela
ELENCO: Jerry Magalhães e Suzana Markus
PREPARAÇÃO CORPORAL: Jeane Doucas e Fábio Furtado
TRILHA SONORA: Gilberto Mauro
PRODUÇÃO: Suzana Markus
FIGURINOS: Ricca
MAQUIAGEM: Elizinha Silva
CENÁRIO: Criação Coletiva
CENOTÉCNICO: Nilson Santos
FOTÓGRAFO: Guto Muniz
ILUMINAÇÃO: Marco Antônio Machado (meu padrinho lindo)
ILUMINADOR: Wladimir Medeiros [NUTAC]
ASSISTENTE DE CRIAÇÃO: Cristiano Medeiros
ESTAGIÁRIO DE ILUMINAÇÃO: Fernando da Silva
PROGRAMAÇÃO VISUAL: Suzana Markus
CONCEPÇÃO E EDIÇÃO DE IMAGENS: Carlos Canela

02/05/2010

Banda Paz-me

Fiquem de olho...
Tem gente chegando pra consolidar o sucesso...
Eu to entrando de bico nessa onda graças ao Romanelli!
Boa sorte, meninos "Paz-me"!!!
Aqui não cai não!