30/12/2009

Um 2010 Surreal!

Feliz 2010!
Texto legível a seguir...

Tempo é uma referência subjetiva. O Ontem é uma memória às vezes duvidosa. O Hoje é só mais um ponto numa linha infinita de possibilidades. O Amanhã é uma completa incerteza. Não pare para pensar no que não fez - pare para pensar no que conquistou, nos medos que superou, em como mudou, em como você interferiu no desenrolar da linha da vida.

Arrependimentos e decepções são inevitáveis, mas as feridas cicatrizam mais rápido quando não perdemos a esperança. Saber que tudo muda sempre, a todo instante, transforma a incerteza na única constância com a qual podemos contar. Portanto, é hora de seguir em frente, de ir adiante, um passo que seja, mas nunca se lamentando pelo que já passou. Quem é que disse que a vida precisa ser dolorida e dolorosa? Nunca conheci ninguém que vivesse com este propósito. Querer ser feliz é uma questão de sobrevivência!

2009 foi um ano como tantos outros, mas por ser o último que passou, sempre é o ano que "marca". Quando 2010 chegar ao seu fim, 2009 será apenas uma página resumida, um atalho para seu aprendizado. E se você tiver um pouco de sorte, terá o dom de carregar somente um índice de coisas boas e lembranças felizes. Afinal, guardar o que não foi bom não te transformará em uma pessoa melhor... Aquilo que não foi bom nem merece ser lembrado, portanto, esqueça. Não gaste seus pensamentos em vão e não perca seu precioso tempo! Avance!

Que 2010 te receba pronto pra se equilibrar na corda bamba, disposto a se desafiar, aberto a descobertas fora e dentro de si mesmo. Que em 2010 você não seja coadjuvante, mas assuma o papel principal de uma grande aventura. Que 2010 renove sua força e te impulsione, e que sem pestanejar você se supere a cada segundo. Acredite em suas decisões. Que em 2010 você crie, inove, lute por aquilo que você merece. Que em 2010 você sonhe com 2011!

"Você vive aquilo em que acredita e encontra exatamente o que procura."

Reflexões num momento impróprio...

“A verdadeira motivação nasce quando você encontra o seu papel diante da vida”
Carlos Hilsdorf

“Pessoas motivadas fazem sempre mais do que os outros julgam ser o necessário”
César Romão

“Quem não luta para realizar seus sonhos acaba como coadjuvante dos sonhos dos outros”
César Souza

“Ao deitar, pense como será o seu despertar no dia seguinte”
Floriano Serra

“Desmotivação não existe. O que existe é canalização diferente das motivações”
José Luiz Tejon

“A estrada da sua vida é sua e de mais ninguém. É resultado de suas escolhas, experiências, aprendizado e daquilo que você acredita ou não”
Joseraldo Furlan

“O caminho mais curto para o sucesso é sempre tentar mais uma vez”
Omar Souki

“A vida é um processo, e cabe a você transformar todos os obstáculos em oportunidades de crescimento, amadurecimento”
Paulo Angelim

“Simplifique sua vida, busque o equilíbrio entre o pessoal e o profissional”
Paulo Araújo

“Saiba exatamente o que você deseja alcançar e defina uma estratégia para atingir os seus objetivos”
Prof. Gretz

“Se você quer mudanças em sua vida, comece pelo entusiasmo”
Roberto Recinella

“Cada vez mais sobressaem-se pessoas que sabem tornar o ambiente mais agradável à sua volta”
Rosana Braga

“Aprender é incorporar novas habilidades que possibilitem alcançar objetivos que até o momento estavam fora de alcance”
Wilson Mileris

27/12/2009

Agora Só Falta Você

Nada mais providencial do que as palavras de Rita Lee, em vários aspectos!

Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto à você
E em tudo o que eu faço
Existe um porquê
Eu sei que eu nasci
Sei que eu nasci pra saber
Pra saber o quê?

E fui andando sem pensar em mudar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar
Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu
No ar que eu respiro
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou

Agora só falta você
Agora só falta você
Agora só falta você
Agora só falta...


http://www.wwf.org.br/
http://www.novoceu.org.br/
http://www.greenpeace.org/brasil/

Dê um futuro para seus filhos...
http://www.youtube.com/watch?v=LMnMC9V88Hw

Ho ho ho ainda em tempo!


“Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...” Enfim, sobrevivi ao Natal. E mais: ontem ainda deu pra rir muito, com direito a ficar com pés descalços na Praça da Liberdade! Mas só quero mesmo publicar aqui algumas fotos realmente divertidas! Ho ho ho! Felizzzzz Natal!



24/12/2009

Papai Noel é um Avatar!?

Em clima de Natal, me ofereci um momento a sós com o cinema. Encarei o mundo fantástico de Pandora e há tempos não saía do cinema com essa sensação boa que só a transformação nos proporciona. Muitos com certeza irão apenas se preocupar com a experiência em três dimensões, ou com os efeitos e programação visual, ou com as críticas ao destino dos soldados pós-guerra.

Mas aos meus olhos se passaram muitos outros recados. Nem vou entrar no mérito do lado ecológico que o filme possui, não vou sequer comentar o que fazemos com o mundo ou com cada um de nós mesmos para enaltecer uma sociedade tecnológica, capitalista e inquieta. Não preciso falar dos nossos preconceitos, da constante mania de supremacia, de dominação e exploração. Somos os mesmos velhos navegadores que encararam uma Terra plana. No filme, somos ainda os mesmos prepotentes.

O que me encantou em Pandora foi a simples idéia de sermos uma “energia emprestada”. Como é que fiquei tanto tempo sem pensar nessa versão dos fatos da vida? Como pensei este tempo todo que somos únicos e indivisíveis, se até os átomos perderam este crédito? Energia... A conexão entre cada parte do todo se torna evidente em uma sociedade de humanóides azuis, que muito se parecem com quem já fomos um dia. Nos olhos de Neyriti, o mesmo amarelo ouro dos atobás, congelando o nosso pensamento. Eu sabia que já tinha visto aquele olhar! Na pele dos Na´vi, as marcas dos tigres e zebras, com listras que lhe tornam particulares. Somos animais, mas sempre nos esquecemos disso: a velha mania de superioridade. Na incapacidade de Jake, nossa constante fuga da realidade, vivendo mundos que não nos pertencem – mas ainda assim humanos por natureza, claro.

Quando penso naquela Árvore Sagrada dos Na´vi, considerados como selvagens, me lembro perfeitamente de vários conceitos que nos transformaram em quem somos: a árvore bíblica, a árvore do conhecimento, a árvore genealógica, a árvore da vida, as comunidades, as redes sociais. Quanto penso na divindade dos humanóides azuis (esse foi realmente um ano azul - cor do mar), vejo nosso Deus ou qualquer entidade que simbolize a esperança, qualquer que seja a crença, fé, religião. Conectar-se a ele, ouvi-lo e ser ouvido, eis o grande desafio, mesmo sem possuirmos conectores escondidos em nossos fios de cabelo... Essa necessidade de ser ouvido é naturalmente humana, portanto, não caía na tentação de taxar o filme como a história de um outro planeta, de um povo alienígena – os Na´vi são nossos avatares naturais, sem que precisemos do Second Life, do Orkut, do Facebook, do Twitter, do Skype, etc. Você pode ser um analfabeto digital, mas no fundo, é tão azul quanto eles...

Neste Natal, espero que Noel nos encontre bem “azuis” e dispostos a amar tudo que nos cerca. Ser azul vai além – leva-nos a respeitar tudo e todos com quem nos relacionamos. Talvez assim valorizemos as oportunidades que temos nas mãos: um mundo lá fora nos espera e nos oferta continuamente a chance de sermos melhores... Aliás, talvez o Papai Noel seja só outro tipo de avatar, que sem querer escapou pro lado de cá. Quem disse que a Árvore Sagrada não lhe deu o direito se ser apenas a sua melhor versão: um bom velhinho caridoso? Que beleza! (Diria meu amigo Romanelli) Acredite ou não no espírito natalino, o que importa é que não nos percamos na Matrix, uma ilusão que nós mesmos criamos e na qual estamos presos.

Não somos as roupas que vestimos, nem a cor de nossa pele, nem o dinheiro que temos no banco, nem o cargo que ocupamos. Se todos fossem fisicamente iguais, a única coisa que nos tornaria únicos seria de fato aquilo que escondemos em nossos corações. Portanto, olhe todos como se fossem azuis. Dali em diante você encontrará a verdadeira essência e aquilo que nos transforma em seres humanos especiais.

A foto é de 2003, mas o azul é de 2009!

21/12/2009

Matemática da Fotografia

Na TV, “Em Busca da Felicidade”. No sofá, o meu diário anual - exercício contínuo de autoconhecimento. Na mesa, fotos ainda sem legenda, esperando um tempo meu pra me dedicar ao que me resta de memória. Só guardo aquilo que rabisco, este sempre foi meu calcanhar. Ao escrever, eternizo meu passado, meu pensamento, meu desejo. Mas aos olhos do mundo, não estou mesmo me expondo demais, arreganhando meus medos e defeitos?

E daí? Melhor do que fingir sobre quem sou, melhor do que simular o que não sinto, muito melhor ainda do que engolir os sapos sem resmungar sobre cada coaxar preso na minha garganta. Leiam minhas legendas, vejam meus aquários, copiem meus textos, façam parte da minha máquina do tempo. As fotos são minhas, mas quando eu não estiver mais aqui, isso não mais importará. Que vejam e, com um pouco de sorte, tomara que estas fotos algum dia contem as histórias por mim...

Saudosismo antecipado? Acho que vivo disso! Sinto saudade de tanta coisa, de tanta gente, de tantos lugares. Saudade na dose certa é afago em momentos de solidão. Saudade é sinal de que foi bom. E melhor ainda é saudade só de coisa boa, só saudade sem necessariamente ter de volta. Sorte a minha! Afinal, pra completar, tenho um dom único: de não me lembrar dos detalhes dos momentos ruins. Descobri que momento bom é momento com fotografia, eu não me fotografo quando estou triste! Sendo assim, cada foto é um link pra uma boa recordação. Isso explica perfeitamente a minha mania de fotografia... Abra meus armários, conte quantos álbuns tenho. Espie meu computador, tente achar alguma foto triste. Conte nos dedos quantos dias consigo ficar sem uma foto! Sendo assim, são pequenos os intervalos sem algo que merecia ser lembrado.

Aos meus 12 anos ganhei minha primeira máquina, uma velha Yashica. Presente de Natal da minha tia caçula. Mudei minha memória naquele ano de 1994. Grande parte de minhas lembranças agora dependem destas cenas congeladas que simbolizam momentos, etapas, crescimento. Até os 12 anos, eu tinha umas 600 fotos razoáveis, no máximo, por vários motivos que não me cabem contar agora. Não é à toa que vivo rodeada por fotos nas paredes, em porta-retratos digitais ou tradicionais, em proteções de tela que me colocam no túnel do tempo... Revivo em segundos aqueles instantes... Hoje tenho, impressas, quase 6 mil fotos. Se fizer as contas, nestes 15 anos tenho praticamente uma foto para cada dia vivido. Sendo assim, nestes 5475 dias, fui 100% feliz. A matemática não erra, claro!
Nem dá pra duvidar, não é mesmo?

20/12/2009

Sarau Inesperado

Aquela criança que fui está por aí, flutuando no tempo. Hoje ouvi crianças recitando poesias de Adélia Prado e Cecília Meireles. As palavras eram ditas num tipo de teatro sem ritmo, afinal aquelas pessoinhas inocentes não sabiam mesmo do que falavam... Palavras soltas no tempo e espaço, sem contexto pra quem ainda vive um sonho... Quando forem adultas, como hoje são 70% dos meus órgãos, aí sim tomarão conhecimento do peso de suas palavras sobre um leilão de belos jardins ou uma paixão ainda que tardia.

Quando ouvi aquele “oh, linda!”, me transportei pra Bahia e suas possibilidades... Como faço pra voltar no tempo, criar coragem e mudar o rumo? Ou quem sabe assim é que foi melhor? E quem é que disse que ainda não posso surtar e de novo mergulhar em Abrolhos? De fato, só quero estar bem acordada caso “ele escreva outra vez”... Um sentimento dos meus 27 anos, mas sentindo os saltos cardíacos daquela menina de 9 anos ao recitar... Que coisa boa! Mas pra completar o cenário, não é que havia ali alguém que me lembrava aquela feição familiar de um único dia? Como uma pista: “hora de se mover, dê seu jeito”. Estou me movendo, Senhor Destino, estou me movendo. “Small moves, Ellie”, como já sei.

Neurolingüística - Adélia Prado (Do livro: "Oráculos de Maio")

Quando ele me disse
ô linda,
pareces uma rainha,
fui ao cúmice do ápice
mas segurei meu desmaio.
Aos sessenta anos de idade,
vinte de casta viuvez,
quero estar bem acordada,
caso ele fale outra vez.

E de repente a pequena “Ohana”, timidamente em seu traje rosa-fada, recita as doces palavras que me lembram o mundo que quero pra mim: o meu próprio jardim... Que leilão foi esse que trouxe de volta os meus planos e projetos? Como posso ter alcançado 75% de minhas metas pessoais anuais em tão poucos meses, mesmo depois da avalanche? Eis que aqui estou. Não preciso de leilão. Eu corri atrás.

Leilão de Jardim – Cecília Meireles

Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)

Pequeninas fadinhas... Obrigada por me lembrar que a Adélia também é Prado e que todas as garotas são Cecílias por natureza!

18/12/2009

De Carne e Osso

Não foi uma semana fácil... Apesar de todas as conquistas, dos abraços no domingo pra me dar energia extra, dos amigos sempre presentes. Não foi fácil. Muitas decisões importantes, muitas situações me fazendo perder a serenidade. O resultado? Hoje estou esgotada. Tudo parece estar com uma solução pendente, esperando algum dia da semana que vem, esperando algum desfecho misterioso que sozinho faça tudo por mim.

Eis a preguiça! Nosso eterno calcanhar de Aquiles... Não sou de ferro, mas hoje preciso mesmo dormir cedo, talvez me esgotar pedalando, cansar o corpo pra que fique alinhado com minhas idéias... Assim amanhã talvez eu acorde normal, pois definitivamente, essa pessoa “cansada” não sou eu.

Só queria escrever pra reunir de novo tudo de bom que tenho em minhas mãos, enxergando as possibilidades que aos poucos se abriram pra mim depois da tempestade do meio do ano. E não posso deixar de dizer: que sorte a minha! Não é o velho estilo “Poliana e Jogo do Contente”, mas sim uma constatação. As coisas poderiam estar muito mais complicadas hoje, mesmo sem que isso fosse fruto das minhas ações. No entanto, estou seguindo sozinha, vendo de longe o desenrolar dos fatos... Aquelas nuvens negras e carregadas não serão minhas e 2010 será um ano novo. Um ano que já nasce repleto de planos, desafios, mudanças, amadurecimento.

Apesar de exausta, lá no meu fundinho obscuro sei bem que preciso segurar com todas as forças as rédeas da minha vida. Essa gotinha de esperança se renova, felizmente. Só queria que todos os meus amigos conseguissem pensar assim: cada dia é um dia, nada impede que amanhã seja melhor, ou pelo menos nem tão ruim. Tudo passa, como disse Míriam, sabiamente em meados de junho. Tudo se transforma, como já dizia a lei da física. Continue a nadar, como diria a Dori ao pai do Nemo. Só preciso continuar remando. E se eu remar com firmes propósitos, tudo passará pelo caminho que eu traçar.

Cumuruxatiba - Bahia - 2009

14/12/2009

Lúpus... Um depoimento.

Segundo Dr. Gregory House, "it´s not lupus"!

Dez anos atrás meu mundo estava turvo. Em meio aos vestibulares e paixonites mal resolvidas, surgia o lúpus. Não entenda essas palavras como tristes, mas sim absorvidas. Dez anos atrás, eu mudei, minha vida mudou, mudaram meu rumo sem que houvesse uma escolha naturalmente minha. Dez anos atrás eu vivia o início de um tratamento que causava medo aos meus 17 anos... Aquele seria meu destino? Não tive medo, mas me senti muito triste. Triste como poucas vezes me senti nessa vida, ainda tão insignificante diante de tantas possibilidades que ainda existem.

Sei como isso causou medo a quem me amava, aos meus amigos e familiares, especialmente à minha mãe. Só eu sei como era difícil olhar no espelho e não me encontrar. Só eu sei como era estranho pensar que o sol se transformara em inimigo, que agora eu viveria sob constante controle... À medida que a borboleta se manifestava no meu rosto, quando o cabelo se perdia por aí, ao ver meus olhos tristes nas fotografias... Quem era aquela pessoa, que eu não reconhecia? Aqueles olhos fundos da “Carolina” de Chico Buarque, num ano difícil, vivendo um amor impossível... O mundo havia mudado porque eu não era mais a mesma.

Dez anos atrás uma revolução foi iniciada. Sem volta. Não pense que escrevo essas palavras com tristeza, muito menos com pena de mim mesma. O “meu” lúpus era pouco perto de tantas outras coisas que vi na vida, seja na minha ou na de outras pessoas. Era um inimigo quase invisível. Irônico é pensar que o lúpus é um “auto-ataque”, ou seja, nada mais coerente com quem “eu era”: uma jovem esfarrapada e com medo de viver, como medo do que eu parecia aos olhos das outras pessoas. Fui escolhida. O lúpus é genético, mas se manifesta em casos específicos. Talvez algum dia eu mesma tenha escolhido enfrentar tudo isso, bem lá no fundo, como um grande teste. E quando olho pra trás, afirmo: enfrentei. Se em algum momento me desesperei, jamais deixei de correr atrás de melhores condições de vida. Se em algum momento eu perdi a esperança, logo a reencontrei. Se algum dia me senti horrível, tomei uma atitude: em minha casa não haveriam espelhos e relógios. O tempo voltaria a ser meu e minha face seria apenas um detalhe no que estava por vir.

Há muito tempo eu não falava sobre isso, pensando em como foi difícil no começo. Há muito tempo não penso como estou bem agora, como consegui superar alguns momentos de fraqueza. E se paro ainda pra pensar em quais foram os momentos que mudaram a minha vida, um deles com certeza foi a descoberta do lúpus, pois se sou quem sou hoje, devo uma parte considerável às lições que o lúpus me trouxe. Talvez o lúpus tenha me mostrado o que realmente era importante, ou como eu era bonita e não dava valor, ou como o mar era importante na minha história, ou como a vida era curta e frágil. Descobri que não podia desperdiçar o meu tempo e que eu deveria tentar, arriscar, errar, viver. As limitações eram ilusórias quando a vida ganhava um novo horizonte.

Eis o ponto de mudança do meu vento. Lúpus cutâneo sub-agudo e discóide. Não precisei me embebedar na adolescência pra me divertir. Não precisei provar nenhuma droga pra testar os meus limites (já me bastavam as drogas autorizadas pelo médico). Não precisei vadiar pra saber que até nos estudos eu podia me divertir. Não precisei chutar o balde como se fosse o fim de tudo. Dez anos atrás optei por curtir, sem precisar conhecer o fundo do poço para dar valor ao que eu tinha. Mesmo com a saúde fragilizada, vivi intensamente e ainda vivo. Aliás, vivo cada vez mais, com mais vontade, pois a única certeza que ainda me resta é de que estou correndo contra o tempo. Todos estamos!

Qual o motivo pra eu relembrar tudo isso agora? Talvez porque eu ainda não tenha 100% da minha saúde de volta, mas isso em nada tem me impedido de viver. Talvez porque eu não viva o suficiente pra ver a cura do lúpus, especialmente para quem sofre com a versão sistêmica... A questão é que depois do lúpus, escolhi novos rumos sem desistir de ir adiante, mesmo sabendo que podia ser difícil. Não foi fácil encarar a faculdade com grandes bochechas, não foi fácil lidar com a minha auto-estima flagelada, não foi fácil suportar tantos medicamentos e enxaquecas. Mas e daí? Estou aqui. Mais viva do que nunca.

O sol? Estive em Fernando de Noronha e Abrolhos. Mergulhei em vários mares... Conheci Chichen Itzá, abracei um tubarão, beijei um golfinho. Vivi vários amores, me decepcionei com alguns outros. Curti festas, músicas, aventuras e desafios! Fiz rafting, pulei de tirolesa, quase me afoguei num coral em Maraú. Naveguei, andei, dancei. Completei a faculdade, a pós-graduação, escrevi artigos e um deles foi apresentado na França. Sou uma profissional realizada, mesmo não estando no mar. Vim de uma família de guerreiras, não poderia ser diferente... Tenho muitos amigos, em todos os cantos do mundo, seguindo seus destinos. Encontrei minha irmã caçula na Internet, converso com um irmão que nunca vi de perto. Escrevo todos os dias em meu diário e tenho vício em fotos, contradizendo aquela pessoa que tinha medo de espelhos... As fotos são espelhos fixos! Coloquei a Corrente do Bem pra funcionar, consegui carregar meus amigos pra essa idéia maluca. Mudei meu mundo, mesmo que sejam poucos metros quadrados. Aquela borboleta vermelha do meu rosto agora bate as asas em minha alma, pois nada conseguirá me deter. Nada e nem ninguém. Isso sim é fé. Se não tenho cicatrizes no rosto é porque não deixei a tristeza me marcar. A vitória sempre me esperou.

Para saber mais: http://www.lupusonline.com.br/

Eis o significado da minha camiseta nos dias da Corrente do Bem...

13/12/2009

Mercado do Abraço - Mais uma conquista!

Sua foto não está aqui? Mande um e-mail para anacarolinagprado@hotmail.com!
Dê pistas da sua roupa e mandamos a foto de volta!






Aos meus amigos queridos e aos novos participantes da Corrente do Bem...

Muuuuuuuuuuuuito obrigada!

Vocês são fundamentais!

Um chapéu...

Que todos um dia possam usar um chapéu compatível com suas idéias...
Amanhã tem Corrente do Bem.


11/12/2009

Corrente do Bem em ação!

Pessoal,
Recado para os confirmados e semi-confirmados!
Além de alguns que eu ainda estou insistindo rsss...

Mercado do Abraço

Data: 13/12/2009
Onde: Mercado Central
Ponto de encontro: Entrada da Augusto de Lima
Horário: 8:30
O que levar: Seu apetrecho divertido!
Figurino: Roupas coloridas e tênis no pé!
Um jeito novo de distribuir paz!

09/12/2009

Gula é pecado?

“Tem dias que eu fico pensando na vida, e sinceramente não vejo saída... Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão, só sei que ela está com a razão...” Hoje acordei com as idéias atacadas, com mil planos malucos, com definições meio absurdas e vontades quase incontroláveis. Estou ansiosa, como se daqui a 15 dias eu não estivesse mais aqui, como se o mundo fosse acabar, então “o que você faria, se só restasse esse dia?”

Gula. Como se cada dia fosse o último, sem perder completamente o juízo. Talvez seja só a vontade de viver batendo forte outra vez. Talvez seja eu me libertando das cordas cheias de mofo que me sufocaram nos últimos meses. É uma sensação boa, de ser dona do meu nariz, de poder plantar qualquer sonho e de ter coragem pra correr atrás do que me faz feliz. É como decidir na hora do almoço que vou a Buenos Aires no ano que vem, ou que vou me mudar pra uma casa nova em poucos dias. É como olhar pro mapa da Europa e traçar milhares de roteiros em segundos, como percorrer os corais australianos em um flash. Estar livre, especialmente livre dos medos, das mágoas e das frustrações.

O que um dia me doeu forte, agora é só um sopro. E um dia, em breve, será apenas uma vaga lembrança, aprendizado puro, compaixão de gente evoluída. Não quero e nem gosto de me prender a sentimentos ruins. Acordar elétrica hoje foi como me tirar do carregador da bateria: full. Completamente a postos pra mil imagens, mil memórias, mil coisas que não posso sequer prever. Onde você quer estar daqui a um, cinco ou vinte anos? Continuo não fazendo a menor idéia, mas faço apenas questão de estar feliz.

Abrolhos - 2009
Saudades do Paraíso!

08/12/2009

Destino?

Como os fatos se encaixam na linha do tempo? Como as pessoas se encontram em momentos imprevisíveis e constantemente se abandonam em outros instantes? A vida se encaixa e desaba, o tempo todo, em ciclos. Como as estações do ano, nada é pra sempre, mesmo que seja bom. O lado bom é que tudo que dói também passa. E quando passa, nos abrimos aos novos ciclos, muitas vezes quase idênticos, outras vezes totalmente diferentes.

As calçadas por onde andei, em outros tempos foram cenários de outras vidas e por uma questão simples, a relatividade, estaríamos no mesmo lugar se fosse possível dobrar o tempo. Ou ainda será possível? Naquelas igrejas, um mundo se apresentou em paredes de ouro, até que um dia a decadência transformou o gesso puro em arte numa igreja branca. Aquele relógio do sol é o mesmo, até hoje, há anos. Aquela imagem que eu congelei já foi eternizada por outras tantas pessoas, que agora se conectam a mim pelo simples fato de terem passado por lugares que nos são comuns.

Há muitos anos escrevi sobre Tiradentes, mas só agora, uns 8 anos depois, finalmente conheci sua terra, parte de sua história, trechos de sua memória. Lugares que olhei também sentiram os olhos de tantos outros personagens “alimentados” por nossa história... E quantos personagens não passaram por ali despercebidos, porém não menos importantes nessa conexão atemporal? O lugar onde estou já foi parte da vida de alguém.

Respeitando esse passado e também as possibilidades infinitas do futuro, vale a pena entender o papel do “agora” na construção de um destino que é compartilhado por todos em trilhas invisíveis. A boa e velha teoria do caos, predizendo os efeitos de cada ação em cada ponto do mundo, transformando tsunamis em mensagens, terremotos em aprendizado, enchentes em compaixão. Destino é continuar adiante, mesmo que de vez em quando você não se sinta dono de sua própria vida.



03/12/2009

Tempo Congelado

Congele-se. Pare agora e pense: nesta órbita maluca que é a vida, você está realmente no lugar certo? Congelar o tempo para se encontrar, se enquadrar no cenário, se transformar em estátua para visualizar a si mesmo. Conhece-te a ti mesmo, já disse "o cara". Ou devoro-te, dizia "o enigma". Assim como o dono do tempo dos maias, conseguir carregar o momento, transformar ação em fotografia, movimento em memória. A vida evapora a cada segundo, não perca o seu tempo com um cenário que não é seu. Mova-se.