31/01/2010

Praça do Abraço!

Aos meus amigos, muito obrigada!
Aos "abraçados", sejam bem vindos!


O abraço do dia!


jokerindio.blogspot.com



Não achou sua foto? Peça por e-mail!

29/01/2010

Nossas Estampas e Armários

Em tudo que faço, estampo o que penso, o meu jeito de ser. Tento ao máximo ser uma pessoa transparente, por isso estampo na minha janela as minhas ideologias, lógicas, defeitos e medos. Tento o tempo todo fazer ao menos uma pequena parte do que posso fazer, poderia mesmo fazer ainda mais. Mas sou gente, tenho meus limites, egoísmos e egocentrismos, mesmo que isso pareça redundante.

Onde como, simbolizo o que a natureza me oferece... Peixes nos armários, nas bandejas, na geladeira, nos copos. Greenpeace na janela. Respeito a quem me oferece o que tenho, na base de tudo: natureza. Já fui WWF, já quis ser oceanógrafa. Respeito o mar como se fosse meu templo. Nada mais coerente do que trazer estes símbolos para proteger o meu lar. Boas energias também entram pela boca, além de entrarem pelos ouvidos, pelos olhos e pelo abraço.

Onde descanso, dois pilares protegidos pelos meus anjos particulares: meus peixes, vigiando meus sonhos e acalentando minha solidão noturna. Acima de minha cabeça, no topo do meu pensamento desligado, encontra-se Chac Mool, o guardião de Chichen Itza que recebia os corações dos guerreiros sacrificados. Afinal, será mesmo que a cama não é um sacrifício do coração? Só agora pensei nesta analogia e não posso deixar de pensar como é irônica... Na entrada do quarto, mais um calendário maia, mais uma forma de me lembrar que eu sou dona do meu tempo, só eu posso controlá-lo sem desperdícios, sem peso na consciência, sem medo de realizar minhas vontades.

Onde lavo minha alma, mais peixes, uns que nem eu escolhi que estivessem lá. A minha semelhança com alguém que um dia também freqüentou aquele lugar. Meu elo com a história de quem nem conheci e que, por coincidência, também possui uma estrela tatuada no pulso. Peixes, peixes, peixes e um espelho mal encaixado. Só pra cumprir sua obrigação, pois se fosse possível, não ficaria me encarando. Afinal, assim talvez eu parasse com a mania de achar defeitos ou de me encarar nos olhos todos os dias antes de dormir.

Onde guardo tantas coisas, escondo ainda outras tantas! Um casal de golfinhos, três peixes artesanais, um cordão com peixes, um lugar simples como o fundo do mar. Só o essencial realmente satisfaz. Tudo que talvez seja supérfluo pode ficar do lado de fora ou trancado no guarda-roupa, escondido como um segredo. E são muitos segredos... Escritos, estampados, encaixotados, assombrados ou bem dobrados. O que importa é que temos a felicidade de não expor tudo que pensamos, trancando tudo num quarto abandonado pra resgatar quando bem entendermos.

Onde curto meu tempo, vejo a história estampada: lições de antigos guerreiros, deuses que espantam os pesadelos, máscaras que me dizem para ter atenção com quem tem duas caras. Calendários astecas que mostram que o tempo pode ser cruel. Calendários maias que mostram que o homem é o dono do tempo, carrega-o nas costas de acordo com sua força de vontade. Três pequenas galinhas me lembram o lado maternal em relação aos meus amigos, já que os coloridos filhotes foram espalhados para alguns amigos queridos. Um gato da sorte (japonês) me lembra do duende no jardim da Amelie Poulain, ou seja, de como me reconheci nela. A minha ocarina, flauta mágica, simboliza um reencontro em terras abençoadas da Bahia, realizando um velho sonho.

Onde desacelero meu dia, exponho as fotos da Corrente do Bem, fotos dos amigos, fotos da família, fotos de lugares que amo e sinto saudade, fotos do mar e dos seres humanos. São a primeira imagem ao entrar na minha sala e nada poderia ser mais característico: eu e minha mania de guardar a felicidade em imagens congeladas, eu e meu medo de esquecer tudo que foi bom. Na minha porta, que permite entrar e sair do meu palácio, estão os sinos que ganhei de um bom amigo com promessas de boas vibrações para meu novo porto seguro. Sinos indianos que talvez me simbolizem a paz de Gandhi e a confiança dele no ser humano.

Domingo acontecerá mais uma Corrente do Bem. Nas minhas gavetas estão os apetrechos para o movimento. Portanto, quem disse que aquilo que escondemos também não diz muito sobre quem somos? Ou você realmente acredita que você é somente aquilo que os outros enxergam?

"Ideologia... Eu quero uma pra viver!"

Sonorexia

O sono

Me ataca

Lentamente

Aumenta

Sem saber onde vou

Atormenta

Tédio automático

Preciso dormir

Tempo pra mim

Sem o empurrão

Constante

Que me persegue

Rápido

Sem fôlego

Cansada

Mas sem amargura

Sono não é tristeza

É falta de tempo

Tensão

Pressa

Modernidade

Quem mandou

Eu não ser oceanógrafa?

26/01/2010

A vida e suas Escalas

Muitos com certeza se decepcionarão com “Amor sem Escalas”. Eu não. Aliás, fui completamente imune a quaisquer críticas prévias. Mais estranho ainda foi me identificar em certos momentos com o papel do George Clooney. Não o seu aspecto meramente profissional, mas talvez o lado pessoal um tanto quanto camuflado por sua rotina fria: sem vínculos afetivos, sem amarras com um teto familiar, o lado metódico, o lado humano desprendido, sem grandes ilusões afetivas, o jeito descolado, a meta absurda de 10 milhões de milhas.

De repente, ele se prende, sem notar, sem poder reagir, pois tudo acontece como se fosse um veneno lento e letal. Quando nota, estava completamente envolvido, topa arriscar tudo, aceita deixar de ser quem sempre foi, abre mão de sua independência, finalmente permite dividir seu tempo e vontades com outra pessoa. Abandona-se para finalmente fazer parte de uma suposta “lógica social”: a de que somos seres feitos para uma vida compartilhada e familiar.

Não nego que ele se diverte, finalmente se deixa viver sem duvidar do destino, se sente amado e completo. Mas eis que o preço lhe é cobrado com juros, sem seguro ou garantia. Decepciona-se. Entrega-se a quem não conheceu de verdade, descobre que tudo que antes era perfeito é apenas uma miragem, uma ilusão que se mostra somente quando as areias esquentam, mas que não perdura. Aquela mulher, sua última tentativa, nada mais era do que uma fuga de si mesma. Ele era apenas parte de seu teatro momentâneo, só um luxo usado, uma válvula de escape.

Inverta a situação, como de fato é mais comum acontecer. Não sou feminista, sou realista (antes que o Dudu Camponez me crucifique). Assim aconteceu comigo, em alguns pontos semelhantes, em outros nem tanto. Agora estou em uma nova janela, com novos e frescos ventos, um novo porto seguro, distante de tudo aquilo que um dia vivi. Estou longe de Chicago, muito mais ainda de Omaha. Onde estou agora é como o avião do cara do filme. Provavelmente eu também fecharia os olhos e escolheria um destino qualquer para permanecer em constante fuga, para deixar tudo para trás como uma memória qualquer. Mas não tive essa sorte maluca. Fechei os olhos, finquei os pés no meu chão, busquei e aqui estou. Uma janela ainda meio estranha, uma temperatura ainda flutuante. Eu só tinha uma milha pra apostar. Acredite: foi a maior aposta que já fiz e até hoje acordo todos os dias pensando em como vim parar aqui, agora, hoje.

25/01/2010

Mar de Possibilidades

Há muitos anos eu cultivo um hábito só meu de conectar os assuntos através de palavras que intuitivamente me guiavam a outras nem sempre tão próximas. Criava pontes entre os conceitos e assim mapeava o meu pensamento, sabia o que estava sentindo, sabia o que não saía da minha cabeça. Por mais que eu começasse falando de chumbo, terminava no mesmo assunto se eu tomasse o céu como ponto de partida. Portanto, chumbo e céu estava intimamente ligados, pois a minha “psique” só tinha “olhos” para aquele tema final.

Anos depois eu escrevi sobre mapas conceituais, me apaixonei pelas teorias da gestão do conhecimento, escrevi alguns rabiscos e tive idéias para realmente conhecer as pessoas através de seus rastros mentais. Um exercício fascinante, mas perigoso. Descobrir que meu pensamento sobre um conceito não era o mesmo pensamento de qualquer outra pessoa no mundo, nos torna únicos, mas também solitários. Tente você. Estabeleça um ponto inicial, um conceito que inicie o processo. Determine o conceito final, mesmo que tenha um “parentesco” bem óbvio. Especifique que cada pessoa precisa indicar dez palavras que conectem os dois conceitos. A sua lógica é tão “sua” que assusta. Só você sabe o que pensa, só você sabe o que entende. Essa tal “deusa psique” é mesmo um espanto, dentre tantos outros patamares que nós, míseros humanos, somos capazes de alcançar.

Vou fazer aqui o meu próprio exercício. Mas antes de ler, vamos alinhar quais serão os nossos termos em comum: vamos começar por “casa” e finalizar com “mudança”. Insira 20 conceitos entre essas duas palavras. Rabisque, pense, conecte seus pensamentos. Não tente adivinhar o caminho mais lógico, siga seu racionício. Descobrirás que seus mapas mentais são tão únicos quanto o seu DNA, porém com combinações infinitas... O seu DNA não se move. Mas suas idéias podem ir longe! Portanto, sua mente é um mar de possibilidades... Não deixe esse poder fugir ao seu controle e transforme suas rotas psíquicas em armas poderosas contra seus medos.

Casa – Segurança – Medo – Decepção – Passageiro – Tempo – Cura – Vida – Destino – Aventura – Desafio – Diversão – Alívio – Superação – Memória – Passado – Futuro – Incertezas – Possibilidades – Escolha – Mudança.


Crédito: Felinto Neto

20/01/2010

Calma, "Bete"!

Comédia. Seria essa a melhor definição para quando você sofre, se estressa, sapateia e, em questão de segundos, tudo misteriosamente se resolve, sem nenhum esforço seu? Pior ainda quando demora, passam-se anos e a solução nem sequer aparece. Tudo muda e a antiga solução perde o sentido essencial. Você aceita a mudança, não se lembra da raiva e ainda por cima ri por nunca ter visto aquela situação por um outro ângulo. Ou seja, você pode fazer um escândalo, ser cordial ou simplesmente fazer piada, apesar do seu estresse, mas nenhuma dessas opções muda o que o destino te reserva. Nada de chiliques. Resmungue apenas nas suas idéias.

Quando eu era criança, ouvia: “quem nasceu pra lagartixa, nunca chega a jacaré”. Meu tio sempre pegava no meu pé, especialmente aos 12 malditos anos, por causa das minhas então finas canelas. Durante anos, pensei mesmo que minhas pernas fossem finas. Eram mesmo! Era muito joelho entre a canela e a coxa, era muito nariz entre duas bochechas! Uma época onde somos desproporcionais física e emocionalmente. A minha sorte é que não era uma “aborrescente” e fui criança até os 16... Minto, ainda sou.

Quando quebro algum dos meus ímãs de geladeira, fico furiosa. Quando perco uma oportunidade única de foto, fico chateada. Quando deixo de falar aquilo que sinto, não durmo. Quando sei que estou certa, mas deixo algo escapar do meu controle, me culpo. Sou mesmo uma mimada. Neta e filha única, Prado no sangue, muitas contrariedades superadas na “unha” e o resultado: euzinha. Encrenca!

Hoje descobri que sou mesmo tão pentelha que até Deus ficou com pena do pessoal da imobiliária. Mas pra começar, “do nada”, levaram o relógio de energia do meu novo apartamento. Como diria minha amiga Angélica, este poderia ser um blog sobre “meu primeiro carro”, “meu primeiro apartamento”, contando nossas desventuras. Fiquei louca, pois a mudança se aproxima... Corri atrás de Deus e o Mundo, coloquei meus amigos em nervos de tanto que reclamei, minha mãe queria usar a máxima “vou chamar o PROCON”, etc. Reclamei muito, dormi mal, acordei exausta e espalhei o pânico... E de repente, o eletricista me conta que a energia já estava normalizada. Enfim...

Taí. O efeito do mimo. A resposta para o “não adianta dar murro em ponta de faca”. Sei que este nem é um bom texto, sei que não falei de nada nobre ou profundo, mas é que agora estou na fase da risada, me achando a “apavorada” do século e usando aspas em vão o tempo todo... Aspas... Como elas mudam a entonação de tudo! Do seu lado da tela, você lê tudo que recebe simbólicas aspas com um tom diferente: descaso, raiva, graça, ênfase. Do seu lado, você entende e sente o meu lado. E mais: talvez até expresse, represente, teatralize. Um brinde às aspas e às desventuras!

18/01/2010

Citando: "I Am A Rock"

Simon And Garfunkel - I Am A Rock

A winter's day
In a deep and dark December;
I am alone,
Gazing from my window to the streets below
On (a) freshly fallen silent shroud of snow.

I am a rock,
I am an island.
I've built walls,
A fortress deep and mighty,
That none may penetrate.

I have no need of friendship; friendship causes pain.
It's laughter and it's loving I disdain.
I am a rock,
I am an island.

Don't talk of love,
But I've heard the words before;
It's sleeping in my memory.
I won't disturb the slumber of feelings that havedied.
If I never loved I never would have cried.

I am a rock,
I am an island.
I have my books
And my poetry to protect me;
I am shielded in my armor,
Hiding in my room, safe within my womb.
I touch no one and no one touches me.

I am a rock,
I am an island.
And a rock feels no pain;
And an island never cries.

15/01/2010

Um conto do Haiti


Meu nome é Jean Batispte Mimosa, tenho 36 anos, nasci e cresci em Porto Príncipe. Sou enfermeira, graduada em Cuba, tenho dois filhos, viúva. Tenho cinco irmãos, vários sobrinhos e meus pais faleceram há alguns anos no último surto de febre amarela. Meu salário não passa de trezentos dólares, mas para nosso país, este é um salário razoável. Afinal, 70% de nossa população está abaixo da linha de pobreza.

Há alguns anos os brasileiros chegaram por aqui. As ondas de violência agora estavam nas mãos de outro povo, em que confiamos as nossas últimas esperanças. Ajudas chegavam, ainda que fossem tímidas. Nesta época conhecia uma senhora, médica, de uma compaixão extraordinária. Dra. Zilda Arns trouxe um alento para muitas mães no hospital onde eu ainda era só uma estagiária. Com seu toque maternal, ela buscava um conforto para pessoas já cansadas da luta constante por seus direitos fundamentais.

Há 4 dias vivo uma hipnose. Enxergo escombros, ouço vozes, sinto fantasmas. Sinto um cheiro que me assusta, mas não sei o que se passa no mundo lá fora. Qual é a gravidade daquilo que se teme? Qual é a verdadeira proporção da tragédia? Temia que fosse o fim de tudo, antes mesmo do meu último suspiro. Temia ser a última espectadora do episódio final de uma história que nunca foi fácil, que sempre nos transformou em contínuos guerreiros. Os soldados rondavam meu futuro túmulo, sentia as pessoas pisoteando um teto que agora era chão. Onde antes havia leitos, agora existiam montanhas cinzas empoeiradas, esfumaçadas pela dor.

Era uma nova guerra? Quem havia nos bombardeado? Quem era o inimigo que afrontava o meu Haiti, que apesar de todos os defeitos, era a minha terra querida? Qual gueto havia armado um atentado terrorista? Quem atingiria um hospital com uma bomba no final da tarde? Qual era a causa política, religiosa, social que havia movido esta violência?

Nenhuma resposta. A violência agora era artimanha da natureza. Quando finalmente ouvi a voz de um soldado, descobri que havia vida lá fora. Capacetes de uma guerra contra as sombras, contra os cadáveres que agora cobriam os passeios da capital do meu país. Quando a luz retornou aos meus olhos, quando voltei a sentir o gosto transparente da água, tomei consciência da realidade: um terremoto havia mudado o nosso rumo, que já não era fácil. E agora todo um país sentia uma única dor, acima de qualquer diferença, de qualquer preconceito, de qualquer fome. A fraqueza tomou meu coração, faltou-me forças nas pernas, senti que Deus havia reforçado seu exército divino.

Durante muitos dias caminharei por uma cidade fantasma, sem cores, sem árvores, sem ruas limpas. Durante muitos anos caminharei em cada rua me lembrando dos meus conhecidos em cada esquina, daqueles que se foram numa tarde ensolarada do meu Haiti. Talvez isso faça parte de um plano maior, mais não consigo aceitar que 200 mil vidas tenham sido desligadas como aparelhos de uma tomada. Ali estava a prova de nossa fragilidade, mais uma vez, como se já não bastassem as lições diárias.

Vamos todos continuar aqui, em uma situação ainda mais difícil, seguindo adiante, contando com a ajuda de outros países, da ONU, de Angelinas Jolies. Infelizmente não contaremos mais com o sorriso de Dona Zilda... Vamos ouvir por anos os gritos abafados nestes escombros. Vou sempre enxergar prédios onde hoje existem cacos. Vou sempre contar quantos familiares perdi neste dia. Vou sempre me lembrar que em 15 de janeiro de 2010 eu renasci, por sorte, por estar ali, no momento certo, no lugar exato para minha sobrevivência. Meu nome é Jean Batispte Mimosa, uma mulher desconhecida transformada em símbolo da esperança. Não queria este cargo. Não assim.

Esta é uma obra ficcional, porém de sentimentos compartilhados.

14/01/2010

Dia 31 tem Corrente do Bem!

O que é um bando de gente “estranha”, com uma camisa que ninguém conhece e numa paisagem urbana de cartão postal?


Convocação antecipada para que todos se planejem e chamem os agregados!
Data: 31/01 (Domingo)
Horário: 8:00
Local: Praça da Liberdade - BH (em frente ao prédio abaixo)


Sugestões:
- Usem bonés, chapéus, roupas leves, PROTETOR SOLAR e sapatos confortáveis
- Levar uma garrafa de água
- Tomar um café da manhã reforçado
- Acordar de bom humor é fundamental!

Riscos:
- Poucos envolvidos com agenda disponível para 31/01, levando à alteração da data do evento.
- Chuva, também levando ao cancelamento do encontro (se amanhecer chovendo, automaticamente cancelamos...)

Esse movimento só existe quando cada um de vocês encara o desafio!
Abraços a todos, claro!

Apoiando: Pratique Gentileza!

30/01/2010!!! Quem puder, compareça!

10/01/2010

Horóscopo do Bus TV?

Ah, o fabuloso mundo dos transportes urbanos... A pergunta é: por que não aumentam o número de ônibus nas frotas ao invés de instalar televisões na linha circular 1 (SC01), que roda a Avenida do Contorno? Mesmo assim, a linha circular 3 também adquiriu os aparelhos do "Bus TV"... Assim começa o meu dia: entre a trilha sonora, a campanha de redução da criminalidade no estado de Minas Gerais (com a moça do sorriso bonito narrando as estatísticas onde tudo se parece com 52%), depois um tour pela seleção das novas maravilhas do mundo (www.new7wonders.com), culminando no que interessa: o horóscopo.

A revolução!!! São 3 signos de cada vez. Eis o veneno! Nem sempre consigo ver o meu signo! Daí calculo se posso descer num ponto mais adiante. Se vejo o horóscopo de escorpião, sei que peguei um trânsito pesado. Se desço antes de virgem, andamos depressa e vou pegar o segundo ônibus mais cedo... Assim eu já sei se estamos num trecho engarrafado e se vou chegar atrasada no trabalho... E quando contei isso para minhas amigas, elas não acreditaram!

A questão é: as linhas circulares 1 e 3 que passam na minha casa não rodam aos domingos... Ou seja, fico aqui esperando caronas ou taxis... Sendo assim, agora vem a pergunta que me interessa: por que não colocam linhas nos dias que temos pra passear por BH ao invés de instalar televisões em ônibus lotados como latas de sardinha?

Quem ler isso, pensará: "Manifesto contra o transporte público urbano deficiente"... Para ser sincera, não sinto tanta falta do ônibus no domingo... Tenho ótimos amigos que me buscam, odeio dirigir e sou mesmo uma ecologista folgada! Nunca vou ter um carro... O "Bus TV" faz mesmo o tempo (e o trânsito) passarem mais rápido, claro... quando eu ainda não estou dormindo com a cara pregada na janela... Portanto, prefiro mesmo ler meu horóscopo toda manhã! Tem dia que bate certinho! (risos)

Ah, só pra constar, fiz meu mapa astral simplificado na internet para 2010... Claro, só fiz a amostra gratuita... Vejam o que falam sobre minha identidade:

A DOAÇÃO INCONDICIONAL

A primeira coisa que chama a atenção na combinação do signo de Virgem com o ascendente em Peixes, Ana, é o interesse espontâneo, natural, que a pessoa tem em relação ao seu próximo. Uma inteligência psicológica natural lhe permite entender os outros, e você sente uma necessidade quase visceral de servir às pessoas. Tanto Peixes quanto Virgem são dois signos que só encontram um sentido para a própria vida quando estão se dedicando a uma causa, quando estão doando seu tempo e energia de forma altruísta e desinteressada.

Só é preciso tomar cuidado, Ana, com o excesso de servilismo. É importante saber estabelecer alguns limites como, por exemplo: até onde eu devo ajudar? A outra pessoa está pronta para ser ajudada? Não que você deva "julgar" para onde irá dedicar sua qualidade doadora, pois você não se liga em aplausos... é apenas uma questão de não perder seu tempo, dedicando-se demais numa direção que não encontra resposta. Você poderia estar dirigindo sua alta qualidade doadora em direções que os outros aproveitariam melhor o que você tem para doar. É o velho lance de "não jogar pérolas aos porcos".

É bastante possível que você venha a desempenhar trabalhos e tarefas de assistência social, cuidar de pessoas com problemas ou atuar em defesa da ecologia. Cuidado com medos sem razão de ser, e com uma tendência a subestimar suas próprias capacidades. Se você não acreditar em si, quem acreditará?


Meu mapa astral... (risos)

SOL EM VIRGEM, ASCENDENTE EM PEIXES

09/01/2010

Crônica de uma noite de verão

Conversa de amigo é terreno que não se mete. Você precisa estar no contexto, entender as referências históricas, conhecer o gênio ruim de cada um e principalmente captar as ironias lançadas ao vento. Como é que um bando de amigos consegue misturar tantos assuntos em tão poucas frases? Pensando nisso, eu me vi “rachando de rir” da seqüência ilógica do meu bando social. Somos mesmo estranhos! Só quem comparece ao evento pode decifrar essas maluquices, mas ainda assim você vai conseguir se encaixar nesses diálogos que a era da informação nos impõe.

Parte Um

- Pode pegar mais cadeiras...
- O bolo é da padaria, não sei se é bom.
- Ana, até hoje eu não sei com o que você trabalha.
- Meu curso é inter-disciplinar. Tinha até informação e processo cognitivo, programação, administração, etc.
- A gente vendia ovada! Cinqüenta centavos pra quem quisesse um ovo pra dar uma ovada... Aí a gente comprava mais ovos!
- Gente, isso que é empreendedorismo!
- Meus filhos vão vender chup-chup no condomínio do prédio.
- Vender ovada é uma idéia ótima! É de vocês mesmo?
- Uma mulher comprou duas ovadas porque ela só tinha um real trocado. Não quis o troco...
- Vai ter que juntar 100 reais em moedinha de 10 centavos...
- Uai, é só ir no banco pra trocar... Será que o banco tem?
- Nada de falar de Recife. Estou pobre.
- O uno era e ainda é uma “coisa”.
- Tio, já vai se preparando. De Papai Noel pra Coelhinho da Páscoa.
- Amiga, meu HD!
- Lá no festival do tomate é uma rua, o posto policial no trailer (fica alternando nas redondezas), a igreja e a praça. Mas eu fui 4 vezes no festival do tomate!
- Papagaios, Maravilhas, São José da Varginha!
- Lembra quando rolou a festa na república e o síndico participou?
- Dureza. O tanque rachou com o peso do gelo e da cerveja.
- Mas pro enxoval já estou juntando os potes de Doriana para as marmitas futuras, copos de requeijão pra oferecer água para as visitas e potes de sorvete pra congelar carne.
- Nunca tire o gelo do seu congelador com uma faca. Se a geladeira for velha, o conserto do congelador sem o maldito gás é mais caro que a própria geladeira.
- A minha amiga ficava falando pro DJ: “eu te amo”...
- O ônibus não descolava do carro!
- Pior é querer chegar em Pará de Minas e ver a placa de “Bem vindo a Nova Serrana, terra do calçado”.
- Ana, você já contou o caso do “nopulo.com.br”...
- Eles são estranhos... De repente conversam entre si e largam o assunto de cá. É um poder! Ficaram uma semana longe graças à viagem pro rio Urucuia...
- Gente, meu HD, minha dissertação, minhas fotos, minhas músicas!
- Amiga, eu acredito em milagre. Seu inferno astral vai passar, todos os arquivos serão salvos e você vai ter que me pagar uma garrafa de espumante.
- Deixa que eu tiro as fotos!
- O garçom ta trazendo o bolo... Tira as fotos aí!
- Poxa, as velinhas apagaram tão rápido que só deu tempo de tirar duas fotos do “parabéns”!
- A sucuri estava comento um pato... é!
- Gente, por que o cara não entra? Amiga, deixa eu ligar pra ele?
- Você está amarela, pegou a cor dos europeus!
- Eu sou transparente!
- Bolinho de bacalhau? Quem pediu isso? Ah... vem com a vodka!
- Caneca de verdade, moço. Igual aquela do Pingüim nem precisa!
- Faz a estrela com as unhas! Ai, que lindo! As unhas verdes, vai!
- Foto com extintor de incêndio, típico de gente de Itaúna...
- O sofá da república tinha um buraco. Todo mundo já dormiu no “turistão”... Pra quem uma festa pra arrecadar dinheiro pra comprar um filtro? Desde quando alguém precisa disso?
- Eu também nunca fui bom pra esportes.
- Mas eu tocava violino!
- Eu toquei umas três músicas e deu problema no meu tendão...
- Como assim?
- Eu tinha um monte de furúnculo na época do conservatório... Fiz acupuntura, tomei besetassil.
- Eu tomei também! O povo me deixava fora da aula de educação física, aí eu ficava maquinando coisas erradas... No final, me colocaram nos times, eu fazia menos bagunça...
- Eu tomei besetassil uns dois anos... Reumatismo infantil.
- Aí eu ganhei o violão. Era bom pra fazer sucesso com as garotas... Depois participei da banda de jazz da universidade.
- Não vou pro forró porque não sei dançar.
- Amiga, a noite ainda é longa.
- Eu não sei o que ele tem, mas a mulherada apaixona...
- Amiga, eu sei!
- Amiga, sua boca ta tão vermelha com esse batom!
- Eu não sou boa em foto de biquinho!
- Foto de ombrinho, anda, anda!
- Eu quero!
- Bicão!
- Vamos fazer uma tatuagem de girassol. Nas costelas.
- Eu não, as costelas não me favorecem. Mostra as dobrinhas!
- Amiga, nas costelas é sexy!
- Sexy nada! Ainda dá pra fazer no outro pulso!
- Não cai, amiga!
- E olha que nem casei e ele já ta me dando rasteira!
- Mais uma vodka... Ai, meu Deus. É um copo de vodka pura? Não, tio, não!
- Petit gateau só com sorvete de creme? Aí não...
- Prova, amiga! Só um golinho! É diet!
- Eu quero sair na foto!
- Vamos pra onde então?
- “Alambike” (Alambique – BH)...
- Eu vou viajar pra Uberlândia. Vou pra casa.
- Tem um show do The Doors...
- Ta doida? Lama demais.
- Gente, eu paguei metade da conta!
- Boate então. Mas duas da manhã a gente ainda entra?
- Vamos então. Disfarça pra prima achar que estamos mesmo indo pra casa.
- Eu to falido, não vou.
- Uai, como assim? A gente volta depois.
- Então nem vou despedir.
- OK, vamos então!

Parte Dois

- Gente, por favor, vamos passar lá em casa pra eu trocar de roupa?
- Não.
- É aqui pertinho. Eu estou com roupa de patricinha.
- Não. Tá ótimo! Você acha que alguém lá liga pra isso?
- Gente, estacionamento perto! Milagre!
- É o cara da banda... Nossa... Eu já peguei o amigo dele da banda...
- Vamos lá falar com ele?
- Anda, gente. Vamos pra fila!
- Moça, sou aniversariante, o que eu ganho?
- Nada, tinha que ter avisado antes. O máximo que te dou é um drinque
- Ela é “mulher da vida” (eu troquei pra não usar o termo sujo).
- Não é. Isso é preconceito! E o direito ao corpo?
- É p.
- Gente, que que deu nela?
- Num sei! Mas vai dar trabalho!
- É p.
- Amiga, fala baixo.
- Gente, ele tem um passaporte... é do Kuwait!
- Gente!
- Moça, me dá um real? Falta só cinco pra eu entrar?
- Peraí! Você deu dois reais pra ele? Me dá vinte então!
- Gente!
- Vamos entrar.
- Eu vou esperar o pessoal do fim da fila...
- Meu Deus, quanto desperdício de homem nesse lugar...
- Vamos avisar pra eles não levarem um susto.
- Pelo amor de Deus, esse menino tem um bafo!
- Gente, é um cigano?
- É a dança dos tentáculos... Ele é um polvo!
- Não, é Matrix!
- Gente, ele caiu!
- Amiga, levanta! Vem dançar! (ordem através de gestos)
- Passinho da academia... Melhor não! Não tenho coordenação motora pra isso!
- De Calypso a Cindy Lauper... Gente, pra que ela sacode tanto a cabeça? Vai ficar mais tonta...
- O menino do bafo ta vindo de novo... Grude!
- Vamos tirar foto no banheiro? É legal!
- Foto com os quadros eu quero!
- Que drinque é esse que ela arrumou?
- Joga a bola aí... (também nos gestos psicodélicos na dança da bola ilusória).
- É um ritual de macumba. Só pode. Como ele sacode tanto?
- DJ Kuwait!!!!!!!
- É Bonny & M, dos anos 70, gente!!! Adoro...
- When I feel you... light my fire, fire!
- Triller!!! Uh!
- Não pode entrar juntas no banheiro...
- Não me prega na parede, amiga!
- Gente, eu vou de taxi. Estou com muito sono.
- Mal cheguei em casa e tive dor de barriga (via mensagem do celular).
- Gente, é tudo muito esquisito. Mas se a gente vai pra Europa, tem que se acostumar.
- É, amiga, a gente passa neste teste. Mas e o resto do povo?
- Ela ta namorando!!!
- DJ Kuwait!!!
- Ganhei um CD, ganhei um CD!
- Vou dar meu cartão profissional com meu e-mail! Chique!
- Gente, ele é bom mesmo! Gente, só tem a gente aqui...
- Já paguei minha conta.
- Moça, só bebeu água? Toma mais uma...
- Ganhei uma água de graça!
- Ela já pagou a conta? Até o barman foi embora...
- Moça, tem um cigarro aí? Você é bonita, eu também, claro.
- Ele é pançudinho, né?
- O cigano não pára...
- Amiga, ganhou o DJ!
- Posso tirar uma foto de vocês? Se não ficar boa, eu apago. Veja as fotos no "flick"...
- Vamos embora, gente!
- A cartela, por favor.
- Shi, tá até meio suada.
- Duvido que vocês não beberam.
- Vamos embora!
- Amiga, o pneu! Vai bater a roda do carro no meio-fio!
- Como eu faço, gente?
- Vai pra frente, vira, depois volta.
- Ei, meninas...
- Amiga... Arranca o carro, o sinal abriu. Chega de doido hoje...
- Ímã pra gente doida.
- Amiga, tá rolando música no Deputamadre ainda!
- Vamos entrar?
- Eu não, me deixa lá em casa. O porteiro já vai fazer cara de “essa aí, oh, ta numa gandaia”...
- Eu topo! Vamos lá tentar entrar!
-Tchau, meninas!

E quem se lembrar de mais algum assunto maluco, contribua! Mas vale mencionar é o quanto nos divertimos!


07/01/2010

Tratado Feminino Resumido

Estou de ressaca da amargura. Um programa só para garotas, além de engraçado, pode ser revelador. Ao definir o que se come, pensa-se: calorias x custo x fome x raiva no dia x TPM x gula. Ao definir o que se vê na televisão, sempre prevalece algo bem frívolo – aquilo que permite ver o episódio sem deixar de trocar umas besteiras (sem intervalos). Ao buscar semelhanças com personagens de seriados americanos, fato: todas querem ser a mais bonita, inteligente, bem amada e especialmente a mais bem resolvida. Mas também é fato: reconhecemos perfeitamente o gênio de cada uma e os defeitos que temos espalhados em todas as outras mulheres do mundo.

Resumo da ópera: somos todas muito “iguais”. Todas queremos um conforto, todas temos momentos de fé e descrença. Todas temos diferenças, todas nos criticamos sem perder a inveja do que é original. Todas rimos dos dramas alheios, mas ainda assim somos solidárias. Novos amores, velhos rumores, separações e encontros malucos. Mulheres! Arg! Não sei como os homens nos suportam!

Ou melhor... Sei sim. Eis que aqui eu poderia discorrer todo o meu discurso feminista, mas não é necessário. Os homens sabem o quanto também são insuportáveis! Da meia suja à preguiça, do machismo ao achismo. Homens! Um mistério, pois são tão previsíveis que chegam a ser meio ridículos. Todos “anotam a placa”, todos precisam comentar consigo mesmos: essa eu vou, essa eu não vou. Mas ao serem pressionados, perdem o rebolado, ficam cheios de incertezas ou simplesmente cedem... Enquanto as mulheres de hoje absorvem cada vez mais papéis que antes não lhes cabiam...

Bom... Assim acontece comigo e com boa parte das amigas que escolhi! Em cada uma delas reconheço um pedacinho de mim, afinal, a amizade busca semelhanças e também antagonismos saudáveis que nos equilibrem nesse novo mundo feito de Madonnas, Ivetes e Big Brothers.


04/01/2010

Um dia difícil...

O Sol em Abrolhos - Crédito: Arthur Souza

Estou escrevendo com os segundos contados. Meu horóscopo hoje provavelmente estava tenebroso, estou mesmo sem paciência, cansada, esgotada. Não cuspi nenhum marimbondo aqui até o presente momento, mas acho que tenho o direito de ser ao menos um dia a chata, pessimista, egoísta e teimosa de todo esse enredo. Não dá pra acreditar mesmo que todos os dias serão lindos, mas daí a ser uma tortura, é bem diferente!

Ontem sonhei com a angústia, acordei com ressaca de maus pensamentos. Não gosto de estar assim, não gosto de me ver assim. Corro do espelho pra não me olhar nos olhos, pois sei que não estou mesmo num dos meus melhores dias. Sei que lá no fundo ainda tenho cura, que amanhã tudo será menor, numa escala infinitamente insignificante diante da dor que agora submerge nas águas de Ilha Grande. Uma pena - um paraíso está agora assombrado... Assim como eu estou, assustada com meus próprios fantasmas, com meus medos recolhidos e nem sempre visíveis.

Não é fácil me lembrar de tudo que aqui vivi, de tudo que essas paredes já observaram em dias felizes. Agora tudo se reduz a pó, simples poeira no tempo, fotos engavetadas e um imenso rancor. Péssimo sentimento... Talvez amanhã eu até mesmo elimine esse texto do blog e não deixe mais ninguém ler meus desabafos. Vou sempre evitar me reencontrar com essa pessoa medrosa que às vezes se descortina, indefesa, porém sincera. 90% do tempo sou esperança, mas hoje estou nos meus 10% restantes e acho que mereço uma folga. Não sou de ferro, nunca fui. Hoje sou pierrô, talvez amanhã volte a ser colombina...

O tempo corre, nunca escrevi tão rápido e provavelmente por este motivo devo publicar meus marimbondos com alguns erros inevitáveis. Um amigo me perguntou de onde tiro tanta inspiração, outro amigo me disse pra escrever um livro... Quem me dera saber qual é o enredo deste meu livro diário, quem dera já conseguir pensar no futuro dessa trama... Afinal, não conheço nenhum escritor que realmente comece o livro pelo começo... Todos começam pelo final, não acha? Só me restam os parágrafos e travessões que vivo hoje. E hoje foi mesmo um dia muito difícil.