26/11/2010

Salve, Jorge!

Há dias estou pensando em o que escrever sobre o novo “Tropa de Elite”. Mas me parecia redundante repetir os questionamentos propostos pelo filme. Não queria fazer um plágio filosófico... Eis que os últimos acontecimentos chegaram como um rompante de verdade aos nossos olhos. O Rio de Janeiro sempre esteve em guerra, só que antes não víamos ônibus queimados e tanques rodando pelas ruas da cidade? Hoje não estou no Rio, mas na próxima semana estarei.

Estamos completamente alienados quanto ao que os moradores daquelas comunidades estão vivendo ao longo destes dias. É, porque “comunidade” é quase uma coisa genética de carioca: o Rio tem mais “comunidades” do que bairros. Portanto, faça sua análise sobre a proporção que toma uma guerra antes silenciosa e agora estampada nos jornais. Finalmente enxergamos as mazelas das tais comunidades, mas só porque nos saltaram aos olhos e porque chegaram nas nossas ruas bairristas.

Sou mineira, mas sou brasileira. Achar que tudo está distante o suficiente de nossa realidade é um grande erro. Essa peste, como disse o próprio traficante, se espalha. Não vou entrar em méritos políticos sobre como solucionar a guerra civil instaurada, nem tantas outras enfermidades de que padecem nossas sociedades. Não preciso falar de milícias, tráfico, exploração sexual, desigualdade social, analfabetismo. Estamos melhores que antes? Acredito piamente que sim. Porém não melhores o suficiente.

Minha vontade mesquinha apenas repete, ressona baixinho: “só quero ver o bonde, só quero ver o Cristo, só quero saltar de parapente, só quero andar na calçada de ondas”. Mas eu queria tantas outras coisas! Só me resta torcer para que as comunidades de fato assumam seus papéis como “comunas”, em paz.

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