Talvez um homem só tome consciência de sua humanidade quando sonha. O ato de sonhar extrapola qualquer descrição antropológica que um de nossos semelhantes tenha feito. E desde que me entendo por gente espero ansiosamente pelas oportunidades de conquistar cada um dos sonhos que alimentei desde a minha mais remota memória.
Não se tratava apenas de viajar nas histórias de Cousteau e criar mundos a partir dos seus documentários. Não se travava apenas de imaginar sereias e sacis amigos de baleias voadoras. Não se tratava apenas de imaginar as inúmeras possibilidades de um tratamento contra o câncer a partir das células de defesa dos tubarões. Tudo se tratava da minha humanidade, cultivada nos sonhos de criança.
O que torna uma pessoa, em toda a plenitude do ato de "ser humana", é exatamente a minha vontade de ver tudo com os meus próprios olhos e experimentar cada milagre da vida, fruto das mesmas moléculas de carbono da origem da vida. Encarar de perto todas as possibilidades de existência, encarnadas e conscientes, para que eu compreenda a minha própria insignificância diante da perfeição.
Sonhos não têm preço, por mais que levem a certos sacrifícios. E cada um tem o direito de buscar aquilo que o torna uma pessoa melhor. A mim cabe o irrisório papel de observadora deste mundo, em toda a sua plenitude, em toda sua versão selvagem e pura. E assim perpetuar o resgate da criança otimista que eu era, e que eu ainda sou.
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