27/09/2010

Choveu

A chuva demorou a chegar. Normalmente a chuva aparece no dia do meu aniversário, ou poucos dias depois, isto é, mais de um mês antes de hoje. Estamos na primavera, mas aprendi a me despedir do inverno com algumas gotas de chuva. Era o sinal de que todo o mau tempo, seco e duro, havia passado.

Eis uma explicação climática para dias tão turbulentos. Nunca vivi um mês de setembro tão duro, tão dolorido e ácido. Demorou a chover! Sem água, não dá pra amolecer. Não há pedra que se molde sem força ou sem constância. Já sei há um bom tempo que, no meu caso, só a constância dá um jeito nas coisas.

Não consigo dizer o que me atinge, ou talvez eu saiba: é o simples fato de não saber O QUE me angustia. Porque dói, mesmo que eu não consiga dizer aonde, nem como, nem a origem. Não ter controle sobre esse medo que não pára é como entrar numa onda de pânico, como se tudo estivesse no lugar errado.

Mas só hoje a chuva chegou, fina e sutil, amaciando a terra dura, abaixando toda essa poeira. Espero que esse seja o sinal de que finalmente vou conseguir me “desligar”, me permitir de novo a leveza, uma certa falta de compromisso, uma inconseqüência corajosa. E quem sabe, quando a chuva finalmente penetrar a profundidade necessária, a terra há de se tornar fértil de novo, propícia aos novos planos, solidária aos meus medos constantes.

Um comentário:

  1. Não estou analisando o seu texto com o que vou dizer, apenas desabafando:

    PRA QUEM ANDA A PÉ, DE BUSÃO! CHUVA SUXXXXXX!!!!!!

    pronto! ;-)

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