23/09/2010

Desligando...

Estou sentada no meu sofá. Fecho os olhos e tento ouvir só o mundo lá fora. Como é difícil ordenar os pensamentos! Esvaziar a mente é impossível! Tento extrair somente as idéias que merecem estar ali, encravadas nas minhas sinapses. Mas todas as conexões histéricas permanecem chovendo canivete. Só queria uma mente leve, sem os últimos medos, sem os recentes pânicos. Queria segurança dentro de mim.

Claro, lutas internas são sempre batalhas mais cansativas e duradouras. Só se vence quando a idéia por si só desiste de aterrorizar, não há como tornar um ou outro exército repentinamente mais forte e eficaz. A idéia só se esvai com o bendito tempo, quando as coisas se resolvem por si mesmas, sem que nossas influências possam afetá-las. Quando a luta é contra o próprio pensamento, não existem vitórias que possam ser travadas do lado de fora...

Não basta reunir forças no que já fizemos de bom, na coragem que supostamente tivemos, nas nossas qualidades e muito menos no quanto somos amados (talvez até odiados). Tudo isso parece insignificante quando o que se sente é causado por uma simples falta de prazer, falta de sonhos, falta de querer. Quando não se pode atacar o problema, quando não há o que esperar, toda a falta de propósito cega, porque não sabemos aonde vamos chegar.

Andar, andar, andar, sem rumo, é coisa pra gente insana. E não consigo ser tão leve e desapegada ao ponto de esquecer que estou simplesmente perdendo um tremendo tempo. Falta alguma coisa. Mesmo que eu ainda não saiba o que é. Só sei que não é uma coisa que dependa de outra pessoa, é um buraco negro dentro do que eu mesma esperava ser. E quando se luta contra um mal invisível, que não aparece em exames médicos, que não se concretiza em falhas constantes, muito menos em choro constante, fica difícil convocar o exército certo.


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