26/07/2011

7 Dramas do Telefone

Escrito em 29 de abril de 2009.
 
 
Boa tarde. Meu desabafo hoje gira em torno do meu pânico de atender telefone.
 
Número 1: Insistência.
Toca o telefone. Toca enquanto você não atender ou enquanto a pessoa não desistir. Saímos da insistência ao grau máximo da chatice. Que não se confunda com persistência, pois persistir é lutar, não incomodar.
 
Número 2: Desistência.
O ódio maior surge quando o insistente de repente se acovarda. Adivinhando, alguém do outro lado simplesmente desiste exatamente quando você toma coragem e ânimo pra atender. Neste momento, sua garganta trava, a boca seca e a raiva toma conta dos seus pensamentos: - Quem foi o panaca que desistiu da ligação? Ou... – Sabia, era só eu levantar pra atender que ia mesmo desligar.
 
Daí que você começa a achar que todo mundo te liga só pra desligar.
 
Número 3: Neurose
Você tem certeza de que está sendo espionado. Alguém estaria te vigiando, confirmando se você está disponível pra simplesmente pegar o gancho do telefone e desligar na sua cara? Quem seriam os suspeitos? Quem teria este prazer, de suplantar o ódio em sua alma apenas pra fazer hora com sua cara?
 
Número 4: Psicose
Certezas à parte, um psicopata não mede seus impulsos. Quando o telefone toca de novo, você o fuzila com um olhar, como se sua mente fosse controlar a pessoa que está telefonando pra você. De repente, você imagina um “vudu” em ação, espetando a pessoa até que ela desista de te ligar. Sem opção, você atende. Solta um “alô” tenso, carregado, já avisando que não está pra muito papo.
 
Número 5: Indiferença
Depois do “alô” inevitável, você já está dominado pelo estresse. A outra pessoa ainda pergunta “quem fala?” e a sua vontade de responder é “fala quem vc queria que falasse quando ligou pra este número”. Você sente uma vontade enorme de dizer “não me interessa se você ficou magoado”. A pessoa do outro lado acha que você está à disposição e que você pode ligar quando quiser. Mas não é bem assim que funciona.
 
Número 6: Egoísmo
Quando uma pessoa te liga, ela automaticamente considera que se você atender, você está disponível. Mas normalmente não está! A pessoa acha que seu tempo é o tempo dela, que ela pode te interromper sempre que quiser! Normalmente o telefone toca exatamente quando você está: a) dormindo, b) concentrado, c) discutindo a relação, d) vendo seu programa predileto na TV a cabo, e) com preguiça de falar com qualquer um no mundo. Se você não se encaixa em nenhuma das opções anteriores, você nem sequer é humano.
 
Número 7: Pânico
Daí que nessa loucura toda, só atendo agora por obrigação (exemplo: trabalho). Meus amigos irão me entender. Sabem que respondo por e-mail, comunidades virtuais, mensagens e às vezes até ligo de volta (mais pra descontar a raiva e me vingar do que pra saber o assunto). Minha mãe já sabe do meu pânico e ligo de volta assim que estou no meu tempo, ou seja, quando estou realmente disponível para telefonar. Sem interromper a minha vida porque os outros decidiram assim. Isso é liberdade! Graham Bell, a revolução começa aqui.
 
Obs: Estamos em 2011 e continuo com a mesma opinião sobre o bendito telefone.
 

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