26/07/2011

Anjos, Demônios e Humanos

Escrevi este texto em Maio de 2009. Acho que vale a pena deixar aqui no blog.
 
 
Anjos, Demônios e Humanos
 
 
Ao sair do cinema, uma reação quase imediata: questionamento. Não vou entrar no mérito quanto à verdadeira história da Igreja Católica (esta tarefa fica para meu amigo historiador que sempre estraga o prazer da ficção), muito menos sobre os “Iluminatti”. O debate em si pode ser muito mais rico e transcender aos fatos armados pelo autor do livro que inspirou o filme. Afinal, a grande maioria não conhece Roma e não sabe se de fato todas aquelas estátuas sempre apontam para algum lugar. 
 
O debate religioso será sempre polêmico. Cada um defende a sua fé, tomando como verdade aquilo em que acredita. A natureza humana instintivamente busca suas raízes, se identifica com crenças e seleciona alguns recursos que minimizem sua solidão. Acreditar em algo superior conforta e confiar na punição divina talvez torne o mundo menos injusto. Afinal, só assim não estamos completamente sozinhos, nem quando dormimos, nem nos momentos de grande angústia ou desespero. A fé é, antes de mais nada, uma lei social que impõe regras “invisíveis”, as quais nos tornam mais racionais e possibilitam uma convivência mais digna.
 
Daí que talvez eu tenha mesmo algo em comum com o professor Robert Langdon - talvez seja muito “acadêmica” para conseguir explicar a fé e muito “insignificante” para ter o dom desta certeza. O filme fala de uma conspiração fictícia, portanto não busque defeitos ou confirmações na realidade. Mas vale pensar em tudo que a humanidade já escondeu, em como somos perversos e ao mesmo tempo tão inocentes para acreditarmos em falsos heróis. Se algum dia realmente tivéssemos certeza do fim dos tempos, agiríamos naturalmente ou tentaríamos ser santos apenas por medo e instinto de sobrevivência? Até que ponto seríamos mesmo honestos? E de que adiantaria ser lobo em pele de cordeiro, se Ele conhece as profundezas de nosso coração?
 
Fé é um tema que quanto mais se discute, mais se ofende. E definitivamente esta não é a minha intenção. Também acredito em “algo” que não consigo explicar, muito menos provar. Afinal, “acreditar” nos torna mais humanos, nos aproxima dos anjos e nos afasta dos demônios diários que enfrentamos. “Acreditar” talvez simplesmente signifique ter esperança. “Esperar” por algo melhor e “fazer” o nosso melhor pode ser a nossa real salvação.
 
Sinopse do Filme
O assassinato de um cientista faz com que o professor Robert Langdon (Tom Hanks) e Dra. Victoria Vetra (Ayelet Zurer), envolvam-se com uma trama da sociedade secreta dos Illuminati. Ciência e religião se refletem no mistério da anti-matéria. O Vaticano convoca a dupla (um simbologista e uma física), buscando a solução para uma conspiração envolvendo o assassinato de cardeais, às vésperas da eleição do novo Papa, que coloca Roma em perigo.
 
Obs: Meu irmão é maçom.
 
 

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