22/04/2010

Não nego


Gosto de tumulto, de rotina atribulada, de muitas coisas pra fazer, de muito trabalho, de saber que não sei tudo, de não conseguir fazer tudo até o final do dia, de saber que no dia seguinte ainda vou ter que ralar muito. Não sei de onde vem essa mania de correria, mas só sei que não gosto da monotonia. Fico exausta, mas me sinto cheia de energia e vida quando noto que o dia acabou e não consegui fazer tudo que deveria...

Mas claro, não no sentido de me sentir improdutiva, de ter feito só 30% do que precisava. Mas sim de saber que eu fiz mais do que eu conseguiria fazer num dia normal! Ou seja, fiz 30% do que tinha pra fazer, mas 120% do que uma pessoa normal faria! Síndrome da super mulher? Talvez. Uma hora eu me canso, escolho o que posso jogar fora e a vida segue. Não que as coisas sejam descartáveis, mas o importante eu não dispenso.

Hoje me disseram pra revisitar meu velho livro, aquele que não terminei o final. Será que reescrever Fomalhaut, retomar um conto de fadas adolescente, vai recuperar meu fôlego de escritora? Lembro-me como se fosse hoje: as figuras de Tyrone, as qualidades de Faruk, e você aí sem entender nada, certo? Bom, Harry Potter veio antes, mas garanto que os campeonatos de magia surgiram comigo, em 1995, quando eu ainda me escondia atrás do meu velho computador.

Eis que os anos passam, continuo pensando que Auxerre mora na casa ao lado, que nas estrelas vivem seres malucos e unicórnios. Mas muita coisa mudou. Não sou mais aquela jovem inspirada por Hermann Hesse aos 16 anos, não acredito mais no amor eterno, não confio mais meu destino nas mãos de ninguém. Será que posso revisitar velhos sonhos sem feri-los em sua essência?

3 comentários:

  1. Sei bem como é essa sensação de querer fazer 120% do que se tem pra fazer. Acho um dia bem mal aproveitado quando chego no final e não estou cansado.

    ResponderExcluir
  2. " Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente."

    Chico Xavier

    ResponderExcluir