10/12/2010

À espera


Pensamentos obtusos, meio inflamados, algo assim. Estou num dia de “mente macaco”, mas tenho a sensação de que os galhos em que estou me pendurando balançam sem rumo, se é que realmente existem. Acabo me apegando a idéias que não tem fundamento algum, girando em círculos que no final mais parecem elipses. Nada se forma, mas tudo se transforma. Preciso de uma rota e neste momento estou sem, esperando alguma novidade surgir para me empurrar rumo a uma decisão.

Afinal, estava tudo tranqüilo demais, não é mesmo? Não dá pra achar que vai ser sempre assim - uma paz controlada, conflitos trancados em muros. Quando me sinto atracando em porto seguro, descubro que devo abrir os olhos... Qualquer semelhança, mera coincidência. Não há mar algum sem recifes. Não adianta me nortear por um velho astrolábio que já não funciona neste novo cenário. Estou à deriva, à mercê do deslocamento das placas continentais que não vejo. Ah, como era bom ser Pangéia!

Outro dia alguém me perguntou: o que é estar inebriado? É estar assim, sem saber o que pensar, num “zonzeamento” constante, numa nuvem de ilusão perfurada num vôo improvisado. Tudo rebola em bambolês, vagando como bons sonâmbulos taciturnos. “Estou bem, só não sei aonde isso vai dar”. Como se estivesse em uma ponte, onde a outra margem é feita de neblina. Vale a pena atravessar? Mas será que existe escolha? Sim, sou ansiosa por natureza, só quero que tudo se esclareça. Pois não há verdade que fique oculta e não há medo que perdure.

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