11/04/2010

Arrogância?


Talvez eu devesse escrever sobre os 229 que se foram com as águas no Rio. Ou do avião cheio de poloneses que despencou dos céus do outro lado do mundo. Ou de tudo que continua acontecendo na África, no Iraque, no Haiti, no Chile. Talvez escrever não mude nada, aliás, é bem provável que não mude mesmo. Infelizmente escrever não compra um milagre, nem resolve os problemas do mundo.

Nos últimos dias me sinto consideravelmente perdida quanto ao que posso realmente fazer pelo próximo. Ainda não tenho certeza de onde será a próxima Corrente do Bem, ainda não sei como resolver meus próprios medos. Ainda não sei de tanta coisa! E mesmo assim ouvi que ando “arrogante”. Sim, confio mais em mim, mas não se engane: continuo com medos bem similares aos que já carregava aos 17 ou 12 anos. Continuo me sentindo um peixe fora d´água.

Ainda não sei onde estarei daqui há dois anos e muito menos aonde quero estar em 2012. Por isso tenho vivido um dia de cada vez. Pode não ser a melhor solução, mas fazer planos a longo prazo é algo que não quero mais pra mim. Planos a longo prazo nos decepcionam mais do que simplesmente vivermos um dia de cada vez, sem peso, sem remorsos, sem decepções. Planos a longo prazo não são tão fáceis de abandonar e por este motivo nos apegamos demais às esperanças...

Prefiro a esperança de acordar amanhã, e assim por diante, acordando todo dia. Fazer o que eu puder fazer hoje, me planejar no máximo para as próximas 24 horas e assim conseguirei manter meu cronograma alinhado ao que realmente posso cumprir. Fazer planos que dependam só de mim para não esperar mais das pessoas do que elas realmente podem me dar. Entender que meus planos são só meus e que por isso, nem tudo vai sair do meu jeito.

Isso não é arrogância, pelo contrário: é desprendimento. Não é egoísmo, pelo contrário: é exigir menos do próximo e mais de mim. Humildade de assumir que sou só mais uma no mundo. Afinal, ninguém é obrigado a ser como eu espero que seja. Só assim nos decepcionaremos menos com o próximo. O que me cabe é agir da melhor forma possível. E olha que sou consideravelmente “falha” durante várias vezes ao dia! Preciso entender de vez que não posso controlar tudo ao meu redor e que o livre arbítrio é um direito de todos. Você tem o direito de ir e vir na minha vida, não posso evitar isso...

3 comentários:

  1. '...Quando a esperança está dispersa
    Só a verdade liberta
    Chega de maldade e ilusão.."

    Estava lendo sua postagem e ouvindo Legião-minha mais nova obsessão dos últimos dias- quando ouvi esse trechinho da música "Perfeição". Não tem muito (ou nada!rs) haver com arrogância e tudo mais, mas achei bacana no que diz respeito a vivermos sem grandes ilusões, agarrados em esperanças dispersas, furadas...
    Acho que deu pra notar que sou meio compulsiva com letras de músicas né? kkkkk :)

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  2. Viver um dia de cada vez é muito mais interessate. Ter planos sim, mas apenas pra te dar um NORTE e não para delimitar sua vida. Planos a médio prazo são sempre interessantes, pq eles não sao grandiosos como os de longo prazo que acabam demandando muito esforço e demoram, e nem tão pequenos quanto os de curto prazo que acabam sendo "bobos".

    Médio, meio, equilibrio.

    Tenha um norte e saiba que na caminhada pra chegar nesse norte você encontrará outros nortes e assim as coisas vao mudando e se ajeitando. E assim se vai vivendo...

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  3. Teca, de fato, só a verdade liberta. A gente fica se enganando que a felicidade está no outro, não é mesmo? Se não vier de nosso próprio coração, será só mais uma farsa.

    Dudu, fico feliz por você ainda ler meu blog! Sério!!! Pode deixar que tenho vários nortes pregados na geladeira, dos mais fáceis aos mais difíceis.

    bjus a ambos

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