23/11/2009

O Jogo da Vida



Bons ventos anunciam mudanças. Recomeçar, mais uma vez. Um toque de saudosismo das lutas já vencidas, preparando meu espírito para essa nova passagem. Assim como enfrentei com coragem e me dediquei, é hora de fechar um ciclo. Restará sempre o aprendizado, mesmo que isso me mude como pessoa.

O que importa é ir adiante, mais uma vez. Afinal, não é a primeira vez. Uma combinação misteriosa de eventos permitiu que um único momento me fizesse estar aqui. Nasci. Vivi um zilhão de momentos só meus, muitos que nem lembro, outros que guardei em rabiscos e fotos. Consertei erros que não eram meus, cheguei aos meus irmãos. E daí? Quando tudo podia ter dado errado, não é que acabou dando certo?

Aqui estou. Encucada com a forma que o destino joga com nossos caminhos: quem fez a camiseta do House também é um associado Free Hug em Brasília. Como pessoas que nunca se viram ou que jamais se conhecerão podem ter tanto em comum? Como posso ser um pouco de cada um dos meus irmãos, mesmo não sendo criados juntos? Que DNA pode ser tão poderoso assim? Ou é mesmo só uma artimanha do nosso destino? De novo, não consigo acreditar que tudo está tão traçado. Afinal, onde foi parar o livre arbítrio quando parece que todos os caminhos vão desaguar numa única resposta?

Sou uma rebelde sem causa como Marina Maria, desafiando as teorias da comunicação? Sou viajante sem rumo e curiosa como Guilherme Augusto. Sou livre como Mariana, de mecha colorida no cabelo, sonhos nas idéias, saúde frágil, mas propósitos firmes: o mundo. Como podemos ter tanto em comum depois de anos separados por experiências completamente diferentes? Porque ser o reflexo daquelas que me criaram, é óbvio. Mas de onde vem essa "condição" que me puxa para uma semelhança não planejada?

É assim que tudo me parece: um tabuleiro. Como se todos passássemos pelo mesmo caminho, porém caindo em casas diferentes de acordo com a sorte dos dados. Quem sacode os números dos passos somos nós... E quem disse que não temos mesmo um poder oculto de escolhermos as casas em que vamos parar? Esse é o jogo da vida, assim como aquele que tanto joguei na infância.

Um comentário:

  1. beatriz@nwnet.com.brdomingo, 29 novembro, 2009

    Você escreve de forma tão bela , que me remete as vezes a Fernando Pessoa ou a Clarice Lispector . Maravilhosa.
    Perminta-me Ana Carlina a sujestão,coloque seus textos todos, vai brilhar . Não tenho dúvidas.
    Bia

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