06/02/2010

Remorsos seus, não meus

Sou muito jovem para me responsabilizar pela correção dos erros alheios. Não posso suportar uma carga, um carma, um medo, um remorso que não são meus. Só tenho meus 27 anos, que agora me pareceram pólvora incinerada, e não posso corrigir erros de quem tem 57, 41, 33, nem mesmo 18 anos. Nem de quem ainda está por vir em minha vida. Cada um que se resolva nessa vida, e olha que nem sou tão egoísta assim. Eu bem que tento tornar tudo o mais amigável possível, o menos constrangedor, o mais confortável para quem convivo. Quer minha ajuda? Estou aqui. Mas enquanto você não quiser minha intromissão, a escolha é sua. Livre-arbítrio.

Não consigo sequer dormir sem resolver as minhas raivas, ou ao menos sem traçar um plano para resolvê-las. Vou cuspir meu ódio, escrever cartas, ligar no meio da madrugada, mas não vou engolir o veneno. Só que normalmente não incluo ações alheias nos meus planos – sou dona apenas dos meus atos. Conto somente com o que depende de mim. Não espero mais que todas as pessoas do mundo sigam a minha maré, muito menos priorizem “por obrigação” as causas pelas quais eu decidir lutar. Não é assim que definimos “afinidades” e descobrimos nossos amigos ou companheiros de bandeira?

Assim também encaro os problemas. Se me incomodam, eu é quem tenho que resolver. Não tenho que colocar ninguém pra resolver por mim. E pior ainda quando alguém acha que tenho um problema que pra mim nem sequer existe. Portanto, respondo (sou tachada como dura): “eu resolvo”. Quero simplesmente dizer que “eu” é quem resolvo ou posso resolver, decido, percebo um “incômodo” ou encaro alguma coisa como problema, e não outra pessoa. Pareço meio rebelde? Independente demais? Seca, fria, egocêntrica? Talvez, mas me deixem, porque se eu estiver errada em “ser assim”, um dia eu vou descobrir. E aí talvez essa minha “mania” vire um problema – e assim eu mesma terei que resolvê-lo... Não se preocupem, não sou orgulhosa: quando eu quiser corrigir um problema, um erro, um tropeço meu, eu vou assumir. Vou pedir ajuda, se precisar! Só não me digam o que eu tenho que fazer. Sei bem a origem dos meus problemas. Só eu posso saber se eles merecem solução.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A “Corrente do Bem” é um ato público que reflete a liberdade de cada um. Quer ou não participar? Não depende de mim. Fico feliz por ver a idéia crescendo, por conhecer pessoas fabulosas, por contar com meus amigos nessa vontade, por ver o efeito que isso causa, mas a escolha de estar ali, é de cada um, sem que eu possa interferir. Eu convido, mas a vontade é sua. É isso que me deixa feliz – você não está ali porque foi forçado, mas porque se sente parte daquele movimento. Se a “coisa” é natural, o sentimento é verdadeiro. Portanto, você não está abraçando pela minha idéia, mas por sua capacidade de amar o próximo. ESSA É A VERDADEIRA RECOMPENSA.

3 comentários:

  1. Tenho certeza de muitos irão me achar "dura" demais nesse momento. Mas é que muita gente perde tempo sofrendo por remorsos alheios. Isso não é viver, é perder tempo. Espero que me entendam.

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  2. Uma leitura rápida e superficial poderia mesmo levar a pensar que vc é uma pessoa dura Carol. Mas nossa realidade é milhões de vezes mais complicada e, para lidarmos com tamanha "complexidade" de relações, temos sim que priorizar nós mesmos, não é egoísmo, talvez uma defesa,uma maneira de manter a integridade mental, sei lá..
    Te mandei um email que recebi sobre uma tal tese da felicidade, quando li teu post lembrei dele!

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  3. TESE DE GUERDJEF (TECA ME MANDOU):

    Dizia ele: "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente vale como principal". Assim sendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.

    Dizem os "experts" em comportamento que, quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade interna. Ei-las:

    1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

    2) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

    3) Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

    4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

    5) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

    6) Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

    7) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

    8) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

    9) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.

    10) Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto há ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

    11) Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

    12) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

    13) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

    14) Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

    15) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

    16) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

    17) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

    18) Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

    19) Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!

    20) E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: Você é o que se fizer ser!

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