22/02/2011

Anti

Meu humor é ácido. Ou talvez ande assim... Tenho me policiado nos últimos tempos. Instaurei um filtro nos meus pensamentos e mesmo assim eles insistem em escapulir da ponta da língua pelas frestas dos dentes. Talvez por isso o toque do celular agora repita que estou andando na corda bamba, na voz de Janelle Monáe.

Ando no limiar de muitos riscos, testando meus limites antes nunca testados. Sim, talvez seja o efeito da ausência de crises me fazendo sentir o peso das decisões às vezes descabidas, mas será que a ausência de planos é tão ruim assim? Em tempos de paz, enxerga-se o que antes era apenas inimigo suspeito.

Mas não adianta negar a minha própria natureza: anti-monotonia, anti-hipocrisia, anti-falsidade, anti-censura. Anti. Anti tudo que não merece dedicação, que só merece desprezo e completa pena. Anti do antagônico, do antipático, de antítese. Desde que eu não me acomode quando algo não me parece justo, correto ou sincero. Anti-comodismo, anti-gente-que-não-se-permite-questionar.

E talvez esse movimento anti também me inclua. Anti meus medos, anti meus remorsos, anti minhas mágoas, anti minhas vontades de vingança ocultas... Não importa, não sou infalível. Sou só mais uma garota enxaqueca cuspindo marimbondos no vácuo. Sem mau humor, mas azedinha, sem sutilezas, sem filtro, nada mais.


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